Depressão e estatística

Li hoje que a depressão afeta 340 milhões de pessoas em todo o mundo e leva, anualmente, a 800 mil casos de suicídio. Mesmo com tanto remédio, o número de pessoas sofrendo de depressão dobrou nos últimos 50 anos! A previsão é de que, em algum momento, 1 a cada 5 de nós venha a ter depressão. Atualmente 10% da população mundial sofre do mal. Em dez anos, acredita-se que esse número será de 20%.

Recentemente, a Organização Mundial da Saúde classificou a depressão como uma das doenças que mais causam incapacidade. É a 4ª numa lista de 5. Até 2020 terá ocupado o 2º posto.

Doença da alma é o cacete

Nos séculos 4 e 5 a.C., o médico e filósofo Hipócrates descrevia a melancolia como resultado de um desequilíbrio de bile no organismo. Isso mostra que, já na Antiguidade clássica, sabia-se que a depressão não era simplesmente um transtorno emocional, mas um problema biológico. Hoje, a ciência explica a doença como o resultado de um desequilíbrio bioquímico no cérebro.

Um estudo realizado no centro médico da Universidade Columbia, nos EUA, revelou que a depressão se intensifica de uma geração para a outra. De acordo com a equipe, cerca de 60% das crianças cujos pais e avós sofreram de depressão têm transtorno psiquiátrico antes da adolescência. O número é mais do que o dobro de casos (28%) observados em famílias sem histórico. Mas, UFA!, a genética é predispositiva, não decisiva.

A depressão é por natureza uma doença cíclica: entre 75% e 90% dos pacientes sofrem episódios múltiplos. Pacientes com histórico de 3 ou mais crises devem fazer tratamento prolongado, que previna as reincidências, porque depois da terceira vez fica mais difícil fazer o corpo responder aos medicamentos. O detalhe é que quase 1/3 dos pacientes chega a ter problemas psicossomáticos por mais de 5 anos antes de serem diagnosticados corretamente!

Por isso, se você:

• vive ¨bichinho¨, meio jogadão e se sente paralisado,
• chora facilmente ou sem motivo,
• perdeu o interesse/prazer pelas coisas,
• sente-se culpado, sem saída ou sem valor,
• pensa na morte/suicídio,
• dorme demais ou não conseguir dormir,
• perdeu o apetite e peso ou come demais e engordou,
• sente-se cansado e lento ou inquieto e irritável,
• acha difícil se concentrar e tomar decisões,
• sente dores que não melhoram com tratamento

Isso não é um ataque de bichice e tem tratamento...