Quase Nada Sobre Quase Tudo

sábado, maio 07, 2005

Eu conto e você decide se quer assistir ¨Kingdom of Heaven¨...

Ontem fui ao cinema ver ¨Cruzada¨, dirigido por Ridley Scott. Achei interessante que nesses tempos de alergia a tudo o que vem do Islã, o filme mostra que no conflito entre a cristandade e o Islã, foram os cristãos que começaram a briga.

O roteiro de Monahan apresenta a ascensão espantosa e improvável de um ferreiro francês (no filme ele aparece até ESCREVENDO! hahahaha!) que tem certeza de que Deus não o ama e que se descobre o único defensor da Cidade Santa de Jerusalém contra um exército sarraceno imenso liderado pelo legendário líder muçulmano Saladino.

Orlando Bloom representa esse herói, Balian, que acaba de enterrar sua mulher na França, em 1184 (ela se suicidou após a morte do filho bebê). É quando chega um cruzado, Godfrey de Ibelin (Liam Neeson), que busca recrutas para a causa. Godfrey de repente se declara pai de Balian e pede a este que vá com ele à Terra Santa para recomeçar sua vida.

A ação do filme acontece durante o reinado em Jerusalém do rei cristão Balduíno IV, que criou uma paz frágil para manter o exército de Saladino à distância e permitir que as 3 religiões monoteístas -- cristãos, muçulmanos e judeus -- praticassem sua fé na cidade. Godfrey declara a seu filho que Jerusalém é o verdadeiro reino dos céus -- "um reino da consciência, um reino da paz." Ali um camponês pode reinventar-se como cavaleiro, jurando fidelidade a ideais nobres tais como "falar a verdade", "proteger os fracos" e "fazer o bem".

De início, o descrente Balian rejeita a oferta de seu pai. Mas então ele mata brutalmente um padre que roubara um crucifixo do cadáver de sua esposa. Em seguida, o ferreiro pede a proteção de seu pai e seus seguidores. A polícia do povoado o procura, segue-se uma batalha de espadas, quase todos acabam mortos, e seu pai é ferido de morte.Apesar de ferido, Godfrey sobrevive até chegarem a Messina, porta de entrada à Terra Santa, onde ele confere a seu filho o título de cavaleiro. Balian passa para os cuidados de Hospitaler, uma espécie de cavaleiro confessor. Um naufrágio e um duelo fatal precedem sua entrada em Jerusalém, onde os cavaleiros de seu pai reconhecem a espada deste e juram fidelidade ao filho.

Balian rapidamente se aproxima dos governantes cristãos da Cidade Santa. O jovem rei Balduíno está morrendo de lepra; está tão horrendo que esconde o rosto por trás de uma máscara. Sua bela irmã Sibylla (a atriz francesa Eva Green) vive um casamento infeliz com o brutal Guy de Lusignan (Martin Csokas), que aguarda a morte de Balduíno para assumir o trono. Enquanto isso, Guy trama com o maníaco ruivo Reynald de Chatillon (Brendan Gleeson) para criar atritos com os sarracenos, para criar um pretexto para uma guerra.

O conselheiro do rei, Tiberias (Jeremy Irons), procura, mas não consegue, acalmar a situação. Os acontecimentos fogem ao controle, com a paixão que surge entre Balian e Sibylla, a morte do rei e muito mais. O xis da questão é a recusa de Balian em deixar que Balduíno afaste Guy para que Balian possa casar-se com sua irmã e reinar sobre a cidade em paz após a morte do rei. A consciência de cavaleiro de Balian não permite a morte de um tirano, embora se disponha a tolerar a morte de milhares e pessoas e a queda da cristandade em Jerusalém, como fruto de sua decisão.

O filme evita mostrar o massacre do exército de Guy pelas forças lideradas por Saladino (o ator e diretor sírio Ghassan Massoud). O foco da história é o cerco de Jerusalém e a defesa da cidade, liderada por Balian, numa situação de desvantagem colossal. Há uma seqüência realmente memorável de planejamento e ação militar, envolvendo enormes dispositivos que atiram pedras imensas ao ar, o céu repleto de flechas incendiárias, enxofre incandescente derramado sobre os atacantes, e acirrados combates homem a homem.

Enfim um filme bem feito, bem dirigido e atuado e ainda por cima legal...

 


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