Quase Nada Sobre Quase Tudo

terça-feira, junho 27, 2006

Tá vendo o santo da foto? Então segundo a minha mãe ele é meu parente. Essas foram mais ou menos as palavras de minha mãe: ¨ O seu avô sempre falava que tinha um santo na família - São Simão Stock - mas sempre ouvi que a família Stock é de Colônia, na Alemanha. Porém o tio Luiz (irmão menor do meu avô) precisou trabalhar na Shell na época da 2ª guerra mundial e mandou verificar a origem do sobrenome, a resposta foi que nosso sobrenome Stock era originário da Inglaterra¨.
A história do 1º Santo da Família Stock (o segundo pelo jeito serei eu, hehe):
Simão nasceu em 1165, no castelo de Harford, condado de Kent, na Inglaterra, do qual seu pai era governador. Os pais do Santo uniam a virtude à mais alta nobreza. Alguns escritores julgam mesmo que tinham eles parentesco com a família real inglesa.
Sua mãe consagrou-o, antes de nascer, à Santíssima Virgem. Em reconhecimento a Ela pelo feliz parto, e para pedir sua especial proteção em relação ao filhinho, a jovem mãe, antes de o amamentar, oferecia-o à Mãe de Deus, rezando de joelhos uma Ave-Maria. Se, por distração, esquecia-se disso, encontrava uma resistência da parte do pequenino Simão, que recusava alimentar-se até que ela rezasse essa oração. Quando o bebê, devido a algum mal-estar próprio à idade, começava a chorar, bastava que a mãe lhe mostrasse uma estampa da Virgem para que ele se acalmasse. O menino aprendeu a ler com pouquíssima idade. A exemplo de seus pais, começou a rezar o Pequeno Ofício da Santíssima Virgem, e logo também o Saltério em latim. Embora não conhecesse ainda a língua latina, encontrava tanto prazer nisso, que ficava extasiado.

Essa precoce criança iniciou aos sete anos o estudo das Belas Artes no colégio de Oxford, com tanto sucesso que surpreendeu os professores. Isso fez com que fosse admitido à Mesa Eucarística, num tempo em que o costume era receber a Sagrada Hóstia muito mais tarde. Foi então que consagrou sua virgindade à Santíssima Virgem.
Um belo dia, aos 12 anos de idade e cansado da inveja do irmão mais velho, resolveu atender à voz interior que lhe inspirava o desejo de abandonar o mundo e se retirou para uma floresta perto de Oxford e nela começou a viver sua vida consagrada ao Senhor, e isto de forma muito criativa, pois num tronco fez sua morada,(bom, meu avô também morou no tronco de uma árvore, temos até foto...) daí vem o nome Stock. Assim viveu cerca de 20 anos, tentado muitas vezes pelos demônios, pelas críticas, calúnias e pela própria condição de pecador, na perseverança foi conquistando graça sobre graça através de sua vida de oração, penitência e amor.
Nossa Senhora revelou-lhe então seu desejo de que ele se juntasse a certos monges que viriam à Inglaterra, provenientes do Monte Carmelo, na Palestina, “sobretudo porque aqueles religiosos estavam consagrados de um modo especial à Mãe de Deus”. Simão voltou para a casa de seus pais e retomou o curso de seus estudos. Formou-se em teologia e recebeu as sagradas ordens. Enquanto aguardava a chegada dos monges preditos, o Pe. Simão Stock dedicou-se à pregação.
Finalmente chegaram dois frades carmelitas no ano de 1213, e ele pôde receber o hábito da Ordem em Aylesford. Em 1215, tendo chegado aos ouvidos de São Brocardo, segundo Geral latino do Carmo, a fama das virtudes de Simão, quis tê-lo como coadjutor na direção da Ordem; em 1226, nomeou-o Vigário-Geral de todas as províncias européias. São Simão teve que fazer frente, nessa ocasião, a uma verdadeira tormenta contra os carmelitas, na Europa, suscitada pelo demônio através de homens ditos zelosos pelas leis da Igreja. Estes queriam, a todo custo, suprimir a Ordem, sob pretexto de ser ela nova, instituída sem aprovação da Igreja, contrariamente ao que dispunha o IV Concílio de Latrão.

Simão enviou delegados ao Papa Honório III, para informá-lo da perseguição de que estavam sendo vítimas os carmelitas e pedir sua proteção. O Soberano Pontífice delegou dois comissários para examinarem a questão. Estes, ganhos pelos adversários, opinaram pela supressão dos carmelitas. Mas a Santíssima Virgem apareceu a Honório III, ordenando-lhe que aprovasse as Regras do Carmo, confirmasse a Ordem e a protegesse contra seus adversários. O Sumo Pontífice o fez mediante uma bula, na qual declarou legítima e conforme aos decretos de Latrão a existência legal da Ordem dos Carmelitas, e autorizou-a a continuar suas fundações na Europa.
São Simão participou do Capítulo Geral da Ordem na Terra Santa, em 1237. Nesse Capítulo, tratava-se de decidir, devido às contínuas perseguições movidas pelos mouros, se era o caso de manterem ainda os conventos da Terra Santa. Uma ala pretendia permanecer, mesmo sob o risco de se enfrentar o martírio. Outros, alegando a frase de Nosso Senhor — “quando vos perseguirem numa cidade, fugi para outra” — eram partidários da trasladação total para a Europa. São Simão Stock era desta segunda opinião, alegando, ademais, que não se podia tentar a Deus nessa situação. Mas ele mesmo não pôde voltar imediatamente para a Europa, porque os sarracenos dominavam os mares. Com isso, prazerosamente isolou-se numa gruta do Monte Carmelo, onde passou mais seis anos de inteira solidão, até que, sabendo que alguns cruzados ingleses preparavam-se para voltar à sua terra, julgou seu dever partir com eles.
Num novo Capítulo, em 1245, foi eleito 6° Prior Geral da Ordem Carmelita. Se a bula papal aplacara momentaneamente o furor dos inimigos do Carmelo, não o fizera cessar de todo. Depois de um período de calmaria, as perseguições recomeçaram com mais intensidade.
Abandonado de auxílio humano, São Simão recorria à Virgem, com toda a amargura de seu coração, pedindo-Lhe que fosse propícia à sua Ordem, tão provada, e que desse um sinal de sua aliança com ela. Na manhã do dia 16 de julho de 1251, suplicava com maior empenho à Mãe do Carmelo sua proteção, recitando a bela oração por ele composta, Flos Carmeli. Segundo ele próprio relatou ao Pe. Pedro Swayngton, seu secretário e confessor, de repente “a Virgem me apareceu em grande cortejo, e, tendo na mão o hábito da Ordem, disse-me: ¨Recebe, diletíssimo filho, este Escapulário de tua Ordem como sinal distintivo e a marca do privilégio que eu obtive para ti e para todos os filhos do Carmelo; é um sinal de salvação, uma salvaguarda nos perigos, aliança de paz e de uma proteção sempiterna. Quem morrer revestido com ele será preservado do fogo eterno. Disse-me Ela [...] que bastava enviar uma delegação ao Papa Inocêncio, Vigário de seu Filho, que ele não deixaria de me mandar remédio para nossos males¨.
Essa graça especialíssima foi imediatamente difundida pelos lugares onde os carmelitas estavam estabelecidos, e autenticada por muitos milagres que, ocorrendo por toda parte, fizeram calar os adversários dos Irmãos da Santíssima Virgem do Monte Carmelo. ¨A Ordem do Carmo multiplicou-se tão prodigiosamente, sob a direção do nosso Santo, que poucos anos depois de sua morte, cerca do fim do século XIII, segundo a observação de Guilherme, Arcebispo de Tiro, essa Ordem contava já com mais de 500 mosteiros ou eremitérios, povoados por um grande número de religiosos, que o mesmo autor eleva ao número de 120 mil¨.

Como Geral, São Simão procurou propagar de todas as formas a Ordem pela Europa, preferindo fundar casas em cidades onde havia universidades. Foi o que realizou em Cambridge (1249), Oxford (1253), Paris (1254) e Bolonha (1260).

São Simão atingiu extrema velhice e altíssima santidade, operando inúmeros milagres, tendo também obtido o dom das línguas. Apesar da idade, viajou pela Europa erigindo inúmeros mosteiros, e atribui-se-lhe também a fundação das Confrarias do Santo Escapulário. Enfim, já centenário, chegando a Bordeaux, na França, quando se dirigia a Tolouse para o Capítulo Geral da Ordem, entregou sua alma a Deus, a 16 de maio de 1265.
De sua tumba saíram raios de luz durante 15 dias depois de sepultado, o que levou os religiosos a comunicarem o portento ao Bispo. Este chegou ao túmulo, acompanhado do clero e de muito povo. Tendo constatado o fenômeno, mandou que se abrisse o sepulcro, aparecendo o corpo do santo emitindo raios de luz e exalando delicada fragrância.

Por volta do ano 1276, o culto a Simão Stock foi confirmado para o convento de Bordeaux, pela autoridade da Santa Sé, e mais tarde para os de toda a Ordem carmelitana.
Dia do santo: 16 de maio.
São Simão Stock ... rogai por nós!
PS: isso explica porque meus irmãos e eu somos tão antisociais... os ¨benditos¨ genes de São Simão Stock!

3 Comments:

  • At terça-feira, junho 27, 2006, Anonymous Anônimo said…

    Rezemos com São Simão Stock:

    Flos Carmeli
    Vitis Florigera
    Splendor coeli
    Virgo puerpera
    Singularis y singular
    Mater mitis
    Sed viri nescia
    Carmelitis
    Sto. Propitia
    Stella maris

    (Flor do Carmelo
    vinha florida
    esplendor do Céu
    Virgem fecunda
    Ó mãe terna!
    intacta de homem
    aos carmelitas
    proteja teu nome
    (dá privilégios)
    Estrela do mar)

     
  • At quarta-feira, junho 28, 2006, Anonymous Anônimo said…

    Eu fui nas cidades turisticas em
    Minas Gerais,tipo Ouro Preto,Sabara
    visitando as igrejas antigas toda
    recobertas em ouro estilo rococó,
    encontrei uma imagem de São Simão
    Stock,chegando em Pôrto Alegre per
    guntei ao meu pai,ele falou da len
    da da família Stock ter um Santo.
    Nunca mais lembrei do fato.Depois
    fiquei curiosa do fato da origem
    do nome Stock ser ingles,sempre
    soube que tínhamos a descendência
    alemã de Colônia,mas nunca pesqui-
    samos como os Bonzi que procuram
    seus parentes.Bem que mais vamos
    querer se temos um santo na familia

     
  • At terça-feira, janeiro 26, 2010, Anonymous gerson said…

    meu nome é gerson ricardo ......meu pai é aristeu stock scheneider e achei interesante esta historia creio que se nos procuramos mais informações chegaremos nosnossos treta avos ,e mais ainda meus avós são de mafra sc

     

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