A Formiguinha e a Neve


Certa manhã de inverno, uma formiguinha saiu para o seu trabalho diário. Já ia muito longe, a procura de alimento, quando um floco de neve caiu e prendeu o seu pezinho. Aflita, vendo que não podia se livrar da neve, iria assim morrer de fome e frio, voltou-se para o sol e disse:
« Oh, sol! Tu que és tão forte, derrete a neve que prende o meu pezinho. »
Assim começam os choramingos da formiguinha que dura 6 minutos e 33 segundos pedindo ajuda ao sol, ao muro , ao ratinho, ao gato, ao cão, ao homem, à morte...
Essa historinha foi transcrita da boca do povo para o papel por Adolfo Coelho em seu livro ¨Contos Populares Portugueses, de 1879¨.
Eis aqui o final da antiga lenga-lenga:
Ó carniceiro, tu és tão forte que matas o boi, que bebe a água, que apaga o lume, que queima o pau, que bate no cão, que morde o gato, que come o rato, que fura a parede, que impede o Sol, que derrete a neve que o meu pé prende!
E responde o carniceiro: Tão forte sou que a morte me leva...
No entanto, na adaptação de João de Barro, na coleção Disquinho (1960), a formiguinha ergue a Deus uma prece e vê chegar a primavera em seu carro de veludo e ouro,enchendo a terra de luz e de flores. O que, na minha opinião, é a mesma morte só que com mais florzinhas e com acompanhamento da musiquinha composta por Radamés Gnatalli!
Horrivelmente triste...
3 Comments:
At segunda-feira, dezembro 20, 2004,
Lilian said…
Putz, é foda de terrível mas fofo ao mesmo tempo!
Não se esqueça do trecho... que morde CATO, que come o rato... :o(
Depois de desse post fui no emule e estou baixando todos os disquinhos!
At segunda-feira, dezembro 20, 2004,
Fefis said…
LSB: Graças a mim você vai ter toda a Coleção Disquinho? Eu acho que eu merecia uma cópia... :o)
At segunda-feira, dezembro 20, 2004,
Lilian said…
Vou pensar se vc merece!
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