Ontem à noite terminei de ler a biografia sobre o relacionamento entre Simone De Beauvoir e Jean-Paul Sartre. O nome é ¨Tête-à-tête¨ e foi escrito por Hazel Rowley quem se nota que se matou pesquisando para escrever o livro.
Fiquei com a impressão de que Beauvoir amou Sartre a vida toda mas ele era um egoísta sádico que tinhas outras prioridades (amantes) . Não que ela não tivesse amantes (teve muitos) mas ela planejava a vida dela em função dos caprichos de Sartre. Fiquei até pensando que ela disperdiçou a chance de ser amada quando terminou sua relação com Nelson Algren graças ao seu relacionamento/acordo com Sartre.
Depois de 7 anos de relacionamento eles nem sequer tinham relações sexuais. O livro dá a sensação de que ser existencialista é ser um hippie loser só que com algum trocado no bolso. Beauvoir, que escreveu a bíblia do feminismo (¨O Segundo Sexo¨), vivia em função de uma pessoa (machista) que no final da vida sustentava antigas amantes, pois não respeitava ¨um homem que deixava sua mulher ao deus-dará¨. Isso em um tempo em que as feministas já estavam queimando sutiãs.
No fim parece que esse negócio de amor livre não funciona pra ninguém, muitos do círculo de Sartre morreram vítimas de mastigar bolinhas ou calmantes...
Mas o livro vai além da trivialidade dos casos amorosos. O leitor viaja na História - a Segunda Guerra, a liberação de Paris, a Guerra Fria e a da Argélia – e descobre muito de como os livros de Sartre e Simone foram produzidos. Simone, por exemplo, contou muito de sua vida pessoal nos seus romances, como o premiado "Os mandarins" (adorei esse livro), usando personagens fictícios. Sartre criou várias obras de teatro para manter atrizes que seduziu. Através da história amorosa, acompanhamos também a evolução intelectual dos dois, como o encanto e o desencanto de Sartre com os comunistas, no auge da Guerra Fria.
Não é a melhor biografia que eu já li na vida mas valeu a leitura.
3 Comments:
At sexta-feira, agosto 04, 2006, Anônimo said…
Vi na tv entrevista da Zélia Gatai
ela conta que Sartre e Simone foram
na Bahia.Ela estudava frances,pediu
pra prof.que ia faltar as aulas.
Sartre soube e disse Zélia leve sem
pre um caderno e lápis.Dito feito
estudavam antes de serem atendidos
nos restaurantes,passeios.Um dia
Sartre disse vou ensinar diferente.
Escreveu palavrões no papel,deu pra
Zélia,ela olhou,estes eu sei todos.
At sexta-feira, agosto 04, 2006, Anônimo said…
Ele comeu a Zelia Gattai? Hahahaha!
At sábado, agosto 05, 2006, Anônimo said…
Bem isto ela não falou,mas acho que
não.
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