O livro da vida

Com tanta gente que sonha com a imortalidade, logo eu, que espero não ficar velha pra ter uma existência decrépita, sonhei com o livro da minha vida na siesta.

O livro da vida era como esses livros de visita das exposições, grande, preto, capa dura e com páginas em branco. Eu escrevia nele com essas canetas de gel, sabe? Só não sei se eu escrevia rápido por culpa da caneta ou era que minha vida estava passando rápido demais. Eu me dei conta de que estava lendo o livro da minha vida ao perceber que tudo que eu estava pensando, eu escrevia ao mesmo tempo no livro. Daí, fechei o livro. Faltava um monte de páginas em branco (pelo menos 2/3). Talvez eu chegue a ser tão velha quanto decrépita. Se bem que do jeito que eu escrevia rápido...