quinta-feira, dezembro 14, 2006
Li ¨Diário de um velho louco¨ de Junichiro Tanizaki. O livro narra a relação do patriarca de 77 anos da família Utsugi e sua nora Satsuko.O velho se empenha em burlar uma vida regrada pela velhice rompendo por completo com as convenções sociais e entregando-se de corpo e alma à exaltação de seus prazeres hedonistas. A nora, ex-dançarina de casas noturnas, faz uso de seus talentos naturais para fascinar e controlar o sogro, manipulando-o em prol de interesses pessoais.
A explicação para tais impulsos, em nada exclusivos da juventude e da meia idade, vem do próprio narrador: “Penso, antes, que o fenômeno tem a ver com a sexualidade de um velho impotente — pois alguma sexualidade existe, mesmo num velho impotente.”
Outro belo livro de Tanizaki...
terça-feira, dezembro 05, 2006
O argumento: Andrea Sachs consegue um emprego fabuloso ¨pelo qual um milhão de jovens eram capazes de dar a vida¨, ou seja, conseguiu ser contratada como assistente de Miranda Priestly, a editora da famosa revista Runway. No entanto, como assistente pessoal de Miranda, Andrea vê-se forçada a suportar toda uma série de abusos, realizando tarefas que vão desde o cafezinho à roupa suja passando até por fazer as tarefas escolares das filhas da chefe. Resumindo, Andrea tem de estar disponível 24 horas por dia para atender aos seus caprichos. A nova assistente tem então de decidir entre agradar a chefe ou manter-se fiel aos seus ideais.
PS: Dizem que o livro é muito, muito melhor...
Na primeira parte uma mulher conta pra amiga como descubriu que o marido estava entregue a um amor secreto que o consumia e como ela tentou reconquistá-lo. Na segunda parte, o homem confessa a um amigo como abandonou a esposa por uma mulher que desejava há anos e que depois o abandona para sempre. Finalmente, essa outra mulher conta ao amante como ela, de origem humilde, tinha conseguido se casar com um homem rico e de como esse casamento sucumbiu ao ressentimento. Cada personagem conta sua vida como se essa não pudesse ter sido outra, um tom de fatalidade absorve o livro e o sentimento de não ter alcançado nunca a felicidade.
Impecável.
sexta-feira, dezembro 01, 2006
Amiga íntima do radialista John Peel, morto há 2 anos, PJ foi convidada diversas vezes para tocar em seu programa na rádio BBC inglesa. O cd é o resultado da escolha das canções gravadas durante esses encontros.
Recomendo!
O livro foi baseado em fatos autobiográficos, narra a vida de uma junkie viciada em morfina, que vive na Cidade do México, e por ela se apaixona Jack, o protagonista deste romance, um poeta norte-americano. A melhor coisa do livro é a foto da capa. Dos livros que li neste 2006 este foi, de longe, o pior.
O segundo livro que li foi ¨O oposto do destino¨ da sino-americana Amy Tan. A autora conta passagens de sua vida e da vida de sua família: a difícil relação com a mãe que inspirou muitos de seus romances,os infortúnios, as coincidências, superstições, literatura, espíritos, da banda de garagem que forma com outros autores como Stephen King e Scott Turow, os diferentes papéis de filha, escritora e mulher e os efeitos que cada uma dessas personagens causaram em sua vida.
Nunca tinha lido nada dessa autora, só tinha visto o filme baseado no livro ¨O Clube da Felicidade e da Sorte¨, que eu gostei bastante. ¨O oposto do destino¨é um livro muito bem humorado e sensível, gostei.
Ainda nas primeiras páginas ela diz assim: "Vejo que essas transformações do destino são, na realidade, uma única coisa abrangente: esperança. A esperança sempre é permitida para todas as coisas. A esperança está sempre presente. Minha mãe, que me ensinou várias mudanças do destino, era uma ardente defensora da esperança. Se o destino era o ponteiro pequeno de um relógio, automaticamente movendo-se para a frente, ela podia encontrar um meio de obrigá-lo a voltar. Fazia isso sempre. Ela, que sempre acreditou piamente que eu seria médica, mais tarde gabava-se para quem quisesse ouvir: ‘Eu sempre soube que ela seria escritora.’ Dizendo isso, o destino era mudado e a esperança, realizada. E aqui estou, uma escritora, exatamente como a previsão de minha mãe."