Quase Nada Sobre Quase Tudo

terça-feira, julho 31, 2007

Hoje também soubemos da morte do grande cineasta italiano Michelangelo Antonioni aos 94 anos. Antonioni, morreu "tranqüilamente" em uma poltrona de sua casa, em Roma, às 18h de segunda-feira, no mesmo dia em que morreu o enorme Ingmar Bergman.

Graças a ele chegaram à grande tela as problemáticas mais complexas e propagadas do mundo contemporâneo, como a falta de comunicação e a angústia. Dele vi 3 filmes inesquecíveis 'Blow Up' (inspirado livremente em um conto do argentino Julio Cortázar, "As Babas do Diabo", incluído no livro "As armas secretas", e que narra a história de Roberto Michel, um tradutor franco-chileno, residente em Paris, um apaixonado por fotografia que acidentalmente fotografa uma mulher que beija um adolescente num parque. Nas palavras de Cortázar: "Por 'Blow up', esse gênio das finanças modernas que é Carlo Ponti me ofereceu e eu aceitei 4.000 dólares; eles ganharam 25 milhões com o filme. Isso não tem qualquer importância. O resultado é que Antonioni fez um filme admirável"), 'Zabriskie Point'" e 'Além das Nuvens', filmado em parceria com Wim Wenders.

segunda-feira, julho 30, 2007

Hoje morreu um dos melhores cineastas de todos os tempos: Ingmar Bergman.

Bergman disse, em uma rara entrevista dada em 2004, que não conseguia assistir seus próprios filmes, porque eles o deixavam deprimido:''Eu fico nervoso, prestes a chorar, me sentindo péssimo. É horrível''.

Sem dúvida os filmes de Bergman tratam de temas como o medo da morte, a culpa, as tensões nas relações afetivas e a angústia de viver sem saber se Deus existe ou não. Geralmente são filmes muito sombrios mas inesquecíveis como "O Sétimo Selo", "Fanny & Alexander", "Morangos Silvestres", "Gritos e Sussuros", "O Ovo da Serpente", além de outros 49 filmes. Todos eles dignos de ter uma cópia em casa, ver, rever uma e outra vez.

Outro dia assisti na tv a cabo um filme de 1997 dirigido pelo Gus Van Sant - "Good Will Hunting" (traduzido em português como "Gênio Indomável").

Sinopse: O gênio indomável do título é o jovem órfão Will (Matt Damon), faxineiro do M.I.T. Sem nunca ter freqüentado uma universidade, ele resolve complexos problemas matemáticos que estudiosos levaram anos para decifrar. Ao invés de se dedicar aos estudos, no entanto, prefere desperdiçar seu talento em bebedeiras e brigas com os amigos de infância. Em uma de suas confusões, vai parar na cadeia e, por determinação legal, precisa fazer terapia, mas nada funciona, pois ele debocha de todos os analistas, até conhecer o psiquiatra que o fará analisar seu comportamento e questionar seus valores, auxiliando-o em suas escolhas (Robin Williams).

O filme conta com o bobalhão do Ben Affleck interpretando um amigo de infância do personagem de Matt Damon e o que surpreende é que ele tenha sido, junto com Matt Damon, um dos autores desse ótimo roteiro!

domingo, julho 29, 2007


Minha irmã tá bem engraçadinha ultimamente, hoje ela me mandou por e-mail uma notícia que saiu na Folha onde a manchete é a seguinte:

"Tim Burton confessa ter mais medo de palhaços do que da morte"

E ainda acrescentou no e-mail:"pelo visto não só você tinha medo de palhaços rsrs :p "

Pois é. Mas o verbo TER estava no passado e o detalhe é que eu ainda TENHO muito medo de seres humanos disfarçados de palhaço.

Já o Tim Burton ainda declarou "Tenho medo de palhaços, daquelas pessoas que ficam imóveis nas ruas (estátuas vivas), dos policiais, de me cortar e de muitas coisas. Tenho medo da vida real".

Que nem eu! A única coisa que não me dá tanto medo da lista dele são as estátuas vivas porque pelo menos eu não atravesso a rua quando vejo uma. O mesmo não posso dizer no caso de palhaços e policiais!

O medo de palhaço vem da minha infância onde o que eu sentia não era um medinho mas sim um verdadeiro terror paralisante. Minha mãe que é leitora assídua do blog pode dar seu testumunho com alguma história da boquinha. Eu achava sinistro, não suportava a aproximação de um ser estranho que te pega no colo e dá uns relinchos de "alegria", por não dizer risadas muito macabras, e eu era uma criança quieta, tímida e muito introspectiva.

Na adolescência por alguma razão que o Freud daria uma daquelas explicações estilo fase oral, eu comecei a colecionar palhacinhos de brinquedo mesmo ainda sentindo uma sensação escalafriante quando próxima a um ser vivente disfarçado de palhaço (hoje em dia também tenho horror a ciganos). Mas um dia, quando eu ainda morava em São Paulo, no meu quarto deitada pra dormir tive uma visão daquele monte de palhacinhos juntos se mexendo (não, eu juro que não estava bêbada... deve ser por causa daquele filme "IT" no meu subconsciente, hehe) e imaginei um pequeno exército de palhacinhos assassinos que cobravam vida de madrugada enquanto eu dormia, perdi o sono e no dia seguinte comecei a guardá-los...Ou seja, os palhacinhos são uma das coisas que eu ainda não levei e não pretendo mesmo levar pra Argentina.

sábado, julho 28, 2007

Hoje li "Na Praia", publicado originalmente no início do ano sob o título de On Chesil Beach, de Ian McEwan, autor muito bom mas que na minha opinião é bastante irregular. Desde que ouvi falar no enredo de "Na Praia", fiquei louca pra lê-lo.

A sinopse: "Inglaterra, 1962. As profundas mudanças na moral e no comportamento sexual que abalariam o mundo ao longo daquela década ainda estão em estado de gestação. Edward Mayhew e Florence Ponting, ambos virgens, se instalam num hotel na praia de Chesil, perto do Canal da Mancha, para celebrar sua noite de núpcias. Ele é um rapaz recém-formado em história, de origem provinciana, sua mãe tem problemas mentais e o pai é professor secundário. A noiva é uma violinista promissora, líder de seu próprio quarteto de cordas, filha de um industrial e de uma professora universitária de Oxford. O desajeitado encontro íntimo desses dois jovens ainda marcados pelos resquícios da repressiva moral vitoriana é repleto de lances cômicos e comoventes, configurando uma autêntica tragicomédia de erros. 'Na praia', entretanto, vai além disso. O drama dos recém-casados transcende o registro particular e o retrato de época para alcançar a dimensão de uma obra universal sobre o momento da perda da inocência, essa expulsão do paraíso que é um ponto de inflexão na vida de todo indivíduo. McEwan alterna os pontos de vista de Edward e Florence, radiografando seus pensamentos e motivações mais secretos. O sentimento trágico que fica no leitor vem da percepção dos estragos profundos e duradouros que um pequeno gesto, um único mal-entendido, uma palavra infeliz podem causar na vida dos personagens".

O livro é muito intenso, sensual sem nunca apelar e mostra como um detalhe ínfimo é capaz de alterar o curso de uma ou muitas vidas. No começo me fez lembrar um pouco de "La Mujer Justa" do Sandor Marai por mostrar os pontos de vista dos personagens centrais. Muito bom!

sexta-feira, julho 27, 2007

"Dez dias após acidente, pista principal de Congonhas abre, fecha, abre, fecha e abre".

(um dos titulares da Folha online desta sexta-feira)
"Triste fim do menino ostra e outras estórias" recentemente lançado no Brasil (ele saiu nos EUA em 1997), é um livro de poemas "para crianças" dos mais estranhos, cheio de aberrações. Escrito e ilustrado pelo cineasta americano Tim Burton, os poemas evocam a doçura e a tragédia da vida e o autor apresenta uma galeria de personagens infantis muito peculiares. Incompreendidos e desajustados, eles lutam para encontrar amor e aceitação em um mundo cruel. São desesperançados e infelizes heróis que remetem ao lado negro que existe em todos nós.Um exemplo? Lá vai:



"O Melão Melancólico

Era uma vez um melão melancólico
Passava o dia inteiro macambúzio
Querendo a hora do próprio velório
Ora, cuidado com os teus pedidos!
Pois o dele foi de pronto atendido
O último som que entrou em seus ouvidos
Foi o ploft em que acabou dissolvido."

Será que as crianças estão preparadas para a crueza do Tim Burton? Eu acho que sim afinal as crianças adoram os filmes do cineasta como "A Noiva Cadáver". E se eu tivesse lido esse livro quando criança? Oras, eu teria adorado!

Infantil, mas adulto,compre já o seu!
Ontem eu terminei de ler "Uma vida entre três cachorros", de Abigail Thomas que me lembrou o livro tristíssimo "O ano do pensamento mágico" da Joan Didion, que eu li no ano passado e não me esqueci mais da história(coisa rara em mim). Nos dois livros, a vida das autoras muda drasticamente a partir de um trágico acontecimento.

Resenhado por Stephen King ele diz " A melhor memória que li. Triste, aterradora e extremamente honesta... um testemunho sobre o poder do amor. Este livro é um soco no estômago. Leia-o".

Já a sinopse diz: "Uma vida entre três cachorros" é uma das memórias mais intensas já escritas. Abigail Thomas tem um estilo seco e impactante, assim como a tragédia que abalou sua vida. A história começa quando seu marido Rich, após ser atropelado, sofre grave lesão no cérebro. Entre as diversas seqüelas, a perda da memória é a que traz maior dano a ele e a sua família. Rich é condenado a morar para sempre em uma clínica. Sem o companheiro em casa, Abigail faz de seus três cachorros uma nova família. Harry, Rosie e Carolina irão preencher o vazio da cama e aquecê-la nas noites gélidas. Mais do que isso, os cachorros vão lhe ensinar o verdadeiro sentido de uma família: a lealdade, amor incondicional e o carinho.

Não adorei o livro mas também não o achei ruim.Na verdade se você compra o livro pelo comentário do Stephen King ou por causa dos cachorros, você se arrepende porque a história é boa mas não arranca lágrimas e eu não fiquei pensando horas no livro assim como me aconteceu com o livro da Joan Didion, e no caso dos cachorros eles apenas aparecem ao longo da narrativa...

quarta-feira, julho 25, 2007

Hoje fui com minha irmã no cinema assistir o sensacional e fofíssimo "Ratatouille" (legendado, é claro...).

O filme é muuuuuito bem feito apesar da estória não ser tão boa quanto a de "Procurando Nemo" mas "Ratatouille" diverte muito e a animação impressiona!

Vá correndo ver, reserve seu dvd e compre os brinquedinhos dos personagens!
Esqueci de comentar no blog que achei "Saneamento Básico, o Filme" muito, muito legal.


Dirigido e produzido pelo excelente Jorge Furtado o filme conta com a participação de Fernanda Torres, Wagner Moura, Camila Pitanga, Bruno Garcia, Tonico Pereira, Janaína Kremer, Lázaro Ramos e Paulo José.


"Saneamento Básico, O Filme" é uma comédia situada em uma pequena cidade onde os moradores pretendem realizar obras para a recuperação de um arroio. A prefeitura não tem previsões para a tal obra em seu orçamento mas dispõe de uma verba destinada à realização de um vídeo, dinheiro que deverá ser devolvido se não for utilizado. Os moradores decidem então usar o dinheiro, produzindo um vídeo de ficção sobre a obra. A graça está no fato da produção do vídeo ir se tornando cada vez mais complexa e interessante.


O enredo envolve ataques de um monstro (vivido por Wagner Moura numa roupa ridícula) contra uma moça bonita (Camila Pitanga que está ótima), pensando em atrair o público e garantir os apoios necessários à produção --como os figurinos, obtidos de uma butique local. Logo mais, eles precisam da ajuda de Zico (Lázaro Ramos), um cinegrafista de casamentos que tem um computador e uma certa noção de efeitos especiais. Por causa dele, o filminho fica "beeem" melhor.


O filme é engraçado mesmo falando de assuntos sérios, vale o ingresso!
Em mais um momento de estudos "como assim?" o assunto é a Monalisa do Leonardo DaVinci.


Segundo uma notícia publicada na Folha (enviada pela minha irmã que pelo visto se admira com quase as mesmas coisas que eu) a Monalisa tinha muita gordura no sangue.


Quem chegou a essa conclusão foi o estudioso belga Jan Dequeker, professor da Universidade de Leuven, que escreveu um livro com os resultados de suas análises, defendendo que os sintomas da hiperlipemia podem ser percebidos em 2 partes do corpo da Monalisa: na mão esquerda para quem olha a pintura de frente, o inchaço "é um acúmulo de gordura subcutânea, assim como no leve inchaço em torno do olho esquerdo", disse Dequeker que ainda afirmou que "A tese ganha força pelo fato de que nas mulheres a hiperlipemia se manifesta mais freqüentemente próximo dos 35 anos de idade, quando foi retratada por Leonardo, segundo os estudiosos internacionais".


Fefis quer saber "PRA QUE SERVE ESTUDAR ISSO, HEIM?!!!"

terça-feira, julho 24, 2007

Num artigo na Folha de São Paulo, o teatrólogo Gerald Thomas deu sua opinião sobre o acidente da TAM:

“A essas alturas (sem trocadilhos), já está mais que provado que o trágico acidente da TAM nada tem a ver com o aeroporto. O piloto estava simplesmente indo numa velocidade rápida demais e tentou arremeter e não conseguiu e num gesto quase que edipiano foi se chocar com o prédio "mãe", da própria TAM, matando mais funcionários da própria empresa”.
(Fefis opina: Ah tá...)

sábado, julho 21, 2007

"Time does not bring relief "

Time does not bring relief; you all have lied
Who told me time would ease me of my pain!
I miss him in the weeping of the rain;
I want him at the shrinking of the tide;
The old snows melt from every mountain-side,
And last year's leaves are smoke in every lane;
But last year's bitter loving must remain
Heaped on my heart, and my old thoughts abide.
There are a hundred places where I fear To go
- so with his memory they brim.
And entering with relief some quiet place
Where never fell his foot or shone his face
I say, 'There is no memory of him here!'
And so stand stricken, so remembering him.

Edna St Vincent Millay (1892 -1950)

PS: Li esse poema perfeito na biografia da Dra Kay Redfield Jamison, "Uma Mente Inquieta" - livro que recomendo especialmente àqueles que sofram ou tenham algum caso de transtorno afetivo bipolar - doença que antigamente era chamada de psicose maníaco-depressiva - na família ou no círculo íntimo.
Hoje de manhã veio o meu pai assombrado com uma notícia realmente extraordinária que ele leu no site da UOL onde se relatava que descobriram um homem que leva uma vida normal, apesar de ter um "cérebro praticamente ausente" nas imagens de ressonância magnética.

Casado e pai de 2 filhos, o francês de 44 anos que não teve o nome revelado, é funcionário público. Ele foi ao hospital em 2003, devido a um problema de locomoção. A equipe de Lionel Feuillet diagnosticou uma hidrocefalia não comunicante, o que compreende um aumento da quantidade de líquido na cabeça. A ressonância magnética revelou "imagens muito infreqüentes, com cavidades ventriculares enormes", explicou o neurologista. "O cérebro em si, a substância cinzenta e a substância branca, estão comprimidas nas paredes do crânio".

Para Feuillet, esse caso de "discordância entre a ressonância muito inquietante e uma vida praticamente normal" representa "uma mensagem de esperança". Apesar de o Coeficiente Intelectual (QI) do paciente ser de 75 --contra a média considerada normal de 80--, isso não impediu seu desenvolvimento ou sua vida em sociedade, destacou o especialista.

sexta-feira, julho 20, 2007

Antes de postar a notícia já vou avisando: sim, eu gosto e acho as plantas bonitas. O único problema é que eu abomino ter a responsabilidade de regar. Preguiça? Falta de costume? Pode ser.

Agora inventaram um sistema, chamado de Botanicalls, onde sensores são colocados no solo para medir a umidade e, se o vaso estiver seco demais, um microchip colocado na planta aciona um dispositvo que faz a ligação para quem cuida da planta com uma voz gravada que tem o sotaque do local de origem da planta. Se é uma planta originária da Escócia, por exemplo, a voz tem um sotaque escocês. E no final a planta "telefona" para agradecer por ter sido regada. Achei a voz bastante imbecil mas beleza (ouçam no site http://terratv.terra.com.br/home.aspx?channel=100&play=1&plid=116741) .

quinta-feira, julho 19, 2007

Hoje assisti "Pequena Miss Sunshine" no cinema. O filme é uma graça e conta a saga de uma família disfuncional onde o pai é um loser com discurso de vencedor, o avô viciado, o tio gay suicida, o filho mudo por um voto de silêncio, a filha uma menininha que sonha em ser miss e a mãe que tem que conviver com esse bando de gente maluca. Esse road movie narra a viagem da família Hoover enfiada numa kombi até a California onde o tal do concurso "Pequena Miss Sunshine" será realizado. No caminho todos passam por transformações, superam barreiras psicológicas, atualizam os elos afetivos e aceitam a imperfeição da vida.

O filme é muito humano e divertido, os atores são excelentes e a menininha Abigail Breslin (que faz o papel de Olive) brilha no final hilariante...

PS: quem dirige o filme é o casal Jonathan Dayton e Valerie Faris, mais conhecido por assinar clipes de bandas dos anos 90 como Smashing Pumpkins.

terça-feira, julho 17, 2007


segunda-feira, julho 16, 2007



Ao lado, a capa de hoje do principal jornal de esportes da Argentina.

Q.E.P.D. = Que En Paz Descanse, ou seja, o famoso R.I.P. ou Rest in Peace dos norte-americanos.
Hoje acabei de ler minha tentativa número 3 de gostar realmente de Chuck Palahniuk, ou seja, o livro de título "Stranger than Fiction" (traduzido inexplicavelmente como "Error Humano" em espanhol).

O livro é uma série de artigos, crônicas e histórias pessoais publicadas em revistas. Bastante irregular, odiei os primeiros textos, "Combate de cosechadoras" especialmente é
um verdadeiro s-a-c-o!

Mas o livro tem algumas coisas engraçadas, idéias insólitas como aquela narrada em "Mi vida como un perro", a entrevista com a atriz muito estranha Juliette Lewis, o debilóide do Marilyn Manson, os bastidores de Hollywood, especialmente das filmagens do "Clube da Luta" e comentários um tanto cheio de florzinhas sobre Brad Pitt.

Acho que até agora foi o livro que eu mais gostei desse autor, mas não chega a ser indispensável...

domingo, julho 15, 2007

Toda vez que viajo à São Paulo de avião, gosto de me sentar na janelinha e ver a imensidão da cidade. Mas hoje uma notícia publicada no Estadão me deixou boquiaberta:

1 em cada 6 paulistanos vive em favela.

No total, 400 mil famílias - entre 1,6 milhão e 2 milhões de pessoas - vivem em um território de 30 quilômetros quadrados de barracos, em 1.538 ocupações. Isso equivale ao total de moradores de Curitiba: 1,78 milhão.

O crescimento vegetativo e verticalização explicariam o crescimento de 38%. Isso quer dizer que a área ocupada pelas favelas continuou praticamente a mesma, mas elas incharam e se verticalizaram.

As conclusões fazem parte de um estudo inédito feito pela Prefeitura em parceria com a organização internacional Aliança de Cidades, financiada pelo Banco Mundial.

sábado, julho 14, 2007

Essa semana fui ao cinema assistir "O Cheiro do Ralo" por recomendação de uma querida amiga, a Clarinha. Antes da versão cinematográfica tinha ouvido excelentes comentários de outro querido amigo, o Tatá, sobre o livro de Lourenço Mutarelli e mais excelentes comentários da querida Mári Mári sobre o roteirista e escritor Marçal Aquino, (se não fosse pelos meus amigos eu não sei o que seria dos meus conhecimentos de autores brasileiros modernos...)

O filme tem esse nome fedido mas é bem legal. Selton Mello está hilariante, pra variar, no papel de Lourenço, o sarcástico e temperamental vendedor de bagulhos usados. Um filme sobre bundas, a miséria do ser humano, falta de grana, poder, a obsessão por objetos e a desestrutura familiar.

PS: Achei legal o próprio autor do livro, Lourenço Mutarelli aparecer no papel de segurança da loja e mais legal ainda saber que o filme acabou custando "somente" R$ 315 mil e ainda foi escolhido como o melhor filme da Mostra Internacional de Cinema de 2006 (público e crítica), e no Festival do Rio 2006, levou os prêmios de melhor filme da crítica e de ator, além de ter representado o Brasil no Sundance Film Festival!

terça-feira, julho 10, 2007

Hoje assisti "Infamous" no cinema (em português foi traduzido sabe-se lá por quê como CONFIDENCIAL).

Quando o filme “Capote” - que deu a Philip Seymour Hoffman o Oscar de melhor ator - começou a ser filmado, “Infamous” já se encontrava em pós-produção, e quando “Capote” saiu, “Infamous” já estava terminado. E eu, desde que eu ouvi falar nesse outro filme, estava louca pra assistir!

"Infamous" foi baseado no livro "Truman Capote: In Which Various Friends, Enemies, Acquaintances and Detractors Recall His Turbulent Career" de George Plimpton (que eu não li mas só porque eu não tenho) e narra o processo de escritura de "A Sangue Frio" do Truman Capote e a relação deste com os assassinos da família Clutter, no final da década de 50.

O ator que faz de Capote é um tal de Toby Jones, bem mais afrescalhado do que aquele interpretado pelo balofinho Philip Seymour Hoffman e é ainda mais parecido fisicamente com o escritor. Quase todos os outros atores do filme são estrelinhas de Hollywood: Sandra Bullock, Daniel Craig (bombadão que nem no filme do 007 e chega a ser estranho porque o assassino real era feio e esmirradinho...), Gwyneth Paltrow, Jeff Daniels, Sigourney Weaver e Isabella Rossellini. Pra quem não sabe 'A sangue frio' transformou Capote em um dos autores mais famosos dos Estados Unidos mas depois disso ele nunca mais conseguiu terminar um livro.

Um filme bem legalzinho...

segunda-feira, julho 09, 2007


Desde que estou de passagem por São Paulo um livro me chamou muito a atenção: "Muito longe de casa - Memórias de um menino soldado" de Ishmael Beah.


Estava relutante em comprar o livro, achei que seria muito triste e que acabaria ficando mal mas uma série de "coincidências" me levaram à Livraria Cultura na Avenida Paulista onde o autor dava uma palestra sobre o livro e logo após uma sessão de autógrafos.


A palestra foi extraordinária e, é claro, eu comprei o livro. Ishmael contou um pouco da sua vida na guerra civil da Serra Leoa e do difícil processo que passou para conseguir pôr suas memórias no papel. Ishmael dá exemplo de vida: de garoto soldado nos anos 90 à celebridade internacional e porta-voz da campanha contra a barbárie onde 300 mil crianças são forçadas a combater em 50 conflitos no mundo, em sua maioria na África. Ishmael foi resgatado pela Unicef e levado para um campo de reabilitação. Em 1998, o adolescente foi para os EUA (mora no Brooklyn, em New York) e se assentou na vida, com uma mãe adotiva.


Enfim, estou ansiosa para ler o livro!

quinta-feira, julho 05, 2007

Das últimas notícias que li na internet a que mais me chamou a atenção foi uma que, por sua vez, me fez lembrar do filme "Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças" do genial Michel Gondry.

Vamos grifar as partes da notícia que mais me impressionaram:

"Cientistas americanos e canadenses acreditam que descobriram uma forma de amortecer o impacto de memórias negativas no cérebro de uma pessoa. Para isso eles usaram um medicamento chamado propanolol.

Os cientistas injetaram o remédio - que é usado para tratar doenças do coração - enquanto foi pedido que o voluntário se lembrasse de algo doloroso ou em um evento traumático que aconteceu há dez anos. Uma semana depois os pesquisadores descobriram que aqueles que receberam uma injeção de propanolol mostraram menos sinais de estresse como aumento nos batimentos cardíacos quando se lembravam do trauma.

Os pesquisadores acreditam que as memórias são arquivadas no cérebro, inicialmente, em um estado mais flexível antes de se enraizarem no circuito do cérebro. Quando são lembradas, essas memórias ficam mais e podem ser alteradas. Os cientistas acreditam que o propanolol interrompe os caminhos bioquímicos que permitem que uma memória "endureça" depois de ter sido relembrada.

Em uma pesquisa separada, uma equipe da Universidade de Nova York afirmou que conseguiu apagar uma única memória do cérebro de ratos, deixando o resto das memórias intactas.

Monica Thompson, psicóloga clínica da Clínica de Estresse Traumático de Londres, destacou que problemas ligados ao estresse pós-traumático são mais complexos, com mais sintomas envolvidos e não apenas as memórias ruins.

O professor Chris Brewin, do University College de Londres, afirmou que a pesquisa ainda está em um estágio inicial e será necessário muito mais trabalho para demonstrar quais seriam os benefícios reais. "Não se sabe o efeito de um medicamento como este em longo prazo. E, no final, reações de medo estão lá para proteger as pessoas do perigo no futuro", disse".
 


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