Quase Nada Sobre Quase Tudo

quinta-feira, maio 31, 2007

O ser humano é uma raça que faz cagada atrás de cagada e eu não sei se realmente existe alguma diferença entre o neandertal e o homo sapiens.

Caia de queixo que nem eu com a novidade da tv: Um 'Reality show' que escolherá o doador de rim na Holanda!

Em que consiste?

Um programa no melhor estilo ¨Big Brother-de-desintegração-do-ser-humano¨ onde uma mulher doente, em fase terminal, escolherá 1 entre 3 pacientes para receber seus rins. A doadora, uma mulher de 37 anos, vai fazer sua escolha baseada na vida dos candidatos, perfil e em conversas com os familiares e amigos dos postulantes. A audiência também poderá aconselhar a doadora em mensagens de texto por telefone celular durante o show, que terá 80 minutos.
Fofoque a composição genética das nossas personalidades segundo o Projeto Raízes Brasileiras da BBC e admire-se com os comentários dos analisados:

Sandra de Sá 96,7% africana; 2,1% européia e 1,1% ameríndia.
(Comentário da cantora: ¨Tenho orgulho de ser quase 100% africana¨).

Djavan 65% africano, 30% europeu e 5% ameríndio.
(Comentário do cantor: ¨Resultado bate com o que eu sinto¨).

Seu Jorge 12,9% europeu e 85,1% africano.
(Comentário racista do músico: ¨Se fosse 100% negro, lutaria por indenização¨).

Neguinho da Beija-Flor 67,1% europeu e 31,5%, africano e 1,4% ameríndio.
(Comentário do Neguinho: "Europeu, eu?! Um negão desse!")

Frei David 68,2% africano, 30,8% europeu e 1,0% ameríndio.
(Comentário do frade franciscano e ativista do movimento negro: ¨Eu me sinto muito frustrado com o trabalho, uma vez que o cerne do projeto era aprofundar a origem africana¨).

Ildi Silva 71,3% européia, 19,5% africana e 9,3% ameríndia.
(Comentário da atriz: ¨Já tive problema com isso. As pessoas nunca conseguiram me considerar negra. Ao mesmo tempo, tem muito trabalho que eu não faço porque sou negra¨).

Daiane dos Santos 39,7% africana, 40,8% européia e 19,6% ameríndia.
(Comentário da ginasta:¨Essa parte européia foi a maior surpresa para mim. A parte da família da minha mãe é muito estranha.Tem primo loiro, índio, ruivo, negro. É tudo misturado. É igual ao Brasil, ninguém é puro de nenhum lugar, é uma mistura de raças¨): Ela foi considerada o protótipo da mulher brasileira.

Milton Nascimento 99,3% africano; 0,4% europeu e 0,3%, ameríndio.
(Comentário do músico criado por pais adotivos brancos: nenhum). O geneticista disse que com a margem de erro de 2,5%, ele pode ser considerado 100% africano - tão ou mais africano do que alguém da África.

Obina 61,4% africano; 13,2% europeu e 25,4% ameríndio.
(Comentário do jogador do Flamengo:¨Fiquei feliz em saber que eu sou africano. Meu pai sempre falou que eu era africano¨).



Li no site do Terra a seguinte notícia:




¨A desativação de um gene que tem sido associado ao mal de Alzheimer tornou ratos de laboratório mais espertos, disseram cientistas americanos. De acordo com os pesquisadores, após terem desativado o gene que controla a produção de uma enzima ligada a doenças que causam a morte de neurônios no cérebro, como o Alzheimer -Cdk5 (guarde bem este nome) - os ratos se tornaram muito mais capazes de detectar mudanças na área onde vivem. "É muito raro conseguir fazer um animal fica mais esperto", disse James Bibb, professor-assistente de psiquiatria na Universidade do Texas que liderou a pesquisa. Segundo o pesquisador, a equipe também tentou fazer com que os ratos já nascessem sem esse gene, mas todos os filhotes morreram. O estudo foi publicado na revista Nature Neuroscience¨.

quarta-feira, maio 30, 2007

¨OOOiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!!"

O governo ultraconservador da Polônia deu mais um passo em seus esforços para combater o que considera ser uma campanha de propaganda homossexual nas TVs, desta vez voltando suas armas para os Teletubbies.

O ministro da Educação da Polônia, Roman Giertych, propôs leis que garantiriam a demissão de professores com "um estilo de vida homossexual" e que proibiriam a "agitação homossexual" nas escolas.

O programa de TV, no ar há 10 anos, apresenta personagens gordinhos e de cores vivas que conquistaram crianças do mundo todo e que se transformaram em alvo de religiosos conservadores que sugeriram que Tinky Winky ( o teletubbie roxinho) poderia ser homossexual.
  • Minha opinião: Crianças pequenas gostam mesmo de frescura e daí?

Ontem meu marido disse que podíamos ir ao cinema de graça ver um filme de um diretor de Hong Kong chamado Fruit Chan que disseram pra ele que era excelente mas depois de tantas voltas ele não se lembrava mais sobre o que era.
O nome? ¨Dumplings¨.

Fui na minha santa inocência e quando sento no cinema vejo um papel com a seguinte sinopse: ¨PARA ESTOMAGOS FUERTES. El film se centra en una mujer famosa que, al pasar la barrera de los cuarenta, siente la necesidad de sentirse más joven, de volver a atraer sexualmente a su marido y de evitar todo rastro de vejez. Para hacerlo, esta dispuesta a cualquier cosa. El método en cuestión lo maneja una doctora, quien ya desde su rostro y figura parece saber el secreto de la juventud eterna. Tras varios años como abortista en China, la mujer ha puesto un negocio muy especial en Hong Kong, en los que sirve los tradicionales ¨dumplings¨(como capelletis de comida china). Y allí va nuestra deprimida protagonista, superando el asco y la impresión iniciales, para sumirse en la comilona de esos ¨capelletis¨de carne fetal¨.
Na mesma hora eu pensei ¨oh, oh...¨ e tentei dissuadir meu marido (que depois tem pesadelos horríveis com esquilinhos coloridos) de ver um filme onde se comem fetos de bebês de até 5 meses. Resolvemos apostar que devia ser ¨estilo Almodóvar de comédia negra¨ mas não: o filme é de mal gosto e só deixa a crítica escatológica sobre a busca da eterna juventude e a falta de amor...
Adorei o livro ¨La historia del amor¨ da Nicole Krauss!

O livro conta várias e entrelaçadas histórias: um jovem judeu polonês escreve um livro sobre o amor e a existência mas é obrigado a deixá-lo para trás, junto com a paixão que o inspirou, quando a Polônia é tomada pelos nazistas. Décadas depois, o livro reaparece para unir personagens muito diferentes - Leo Gursky e Bruno imigrantes em Nova York; Litvinoff, um professor no Chile; Alma Singer e seu irmão menor Bird, filhos de uma tradutora literária; Isaac Moritz, escritor famoso americano.

Em diferentes vozes, 'A história do amor' gira entre ritos de iniciação, acaso, imaginação, saudades, amor e exílio.

Recomendo!

domingo, maio 27, 2007

¨Fahrenheit 451 ofrece la historia de un sombrío y horroroso futuro. Montag, el protagonista, pertenece a una extraña brigada de bomberos cuya misión, paradójicamente, no es la de sofocar incendios sino la de provocarlos para quemar libros. Porque en el país de Montag está terminantemente prohibido leer. Porque leer obliga a pensar, y en el país de Montag está prohibido pensar. Porque leer impide ser ingenuamente feliz, y en el país de Montag hay que ser feliz a la fuerza...¨


Comprei este livro do Ray Bradbury atraída pela sinopse mas não consegui gostar do livro e muito menos me emocionar com o que eu suponho seria a descoberta da essência do ser humano num mundo alienado, sem livros, sem pensamento, sem cultura.

Como visão do futuro o livro também é bastante fraco. Acho que a rápida descrição do cenário prejudica o livro e o desenlace da perseguição final dá a impressão que o mundo está composto por debilóides. Sem contar que o final repentino... o autor não sabia como terminar a estória?

Definitivamente um livro que não me deu nada.

Uma flor para a mamãe no dia do seu aniversário.

sexta-feira, maio 25, 2007

Terminei de ler ¨Spook: science tackles the afterlife¨ de Mary Roach. A autora vai atrás de uma resposta científica sobre se existe vida após a morte. Pra isso ela investiga a existência da alma e seu peso, experiências de ¨quase morte¨, reincarnação, ectoplasma, fantasmas, electromagnetismo, mediunidade e afins.

O livro tem partes meio chatas mas foi escrito de maneira muito bem humorada. Não é um livro imperdível mas não deixa de ser interessante. Confesso que esperava mais...

quarta-feira, maio 23, 2007

Ectoplasma: Palavra de origem grega: ektós= indica movimento para fora; plasma= obra modelável, substância plástica. Para os espíritas se diz de uma substância que emana do corpo de um médium capaz de produzir fenômenos de efeitos físicos ou aparições à distância. Trata-se de uma exalação fluídica, sensível ao pensamento, visível ou invisível, plástica, inodora, insípida, originalmente incolor, que tem a semelhança de uma massa protoplasmática.

Quando eu era criança ver uma foto de ¨ectoplasma¨era a coisa mais terrível e nojenta da Face da Terra (não por isso menos atrativa...) que me deixava noites e noites sem dormir!

Lendo ¨Spook: science tackles the afterlife¨ da autora Mary Roach evidencia-se a farsa: um simples chumaço de pano branco.





Aos 32 anos, as fotos me dão medo?

Não!

Às vezes é mágico envelhecer...

Mick Jagger teria feito um tratamento para aumentar seu pênis, contou o diretor de cinema britânico Julien Temple ao programa de rádio Radio Four, da BBC.

Temple - que dirigiu os Rolling Stones no videoclipe de Undercover Of The Night - garantiu que Jagger se submeteu ao tratamento durante as filmagens de Fitzcarraldo, em 1981. A técnica usava picadas de abelhas e bambu.

"Ele passou meses no Peru fazendo o tratamento. Estava ficando louco", disse Temple.

Na semana passada, a ex-namorada de Mick Jagger Janice Dickinson disse em entrevista ao apresentador Jonathon Ross, da BBC, que o músico tinha "um pênis muito pequeno".
Não, esse não é meu tênis All Star todo fodido.

A Converse criou uma nova linha da Chuck Taylor All Star em colaboração com (Product) Red Line, da Gap, que reverte fundos para a luta contra a Aids na África.

O tênis da foto foi criado em homenagem aos Ramones e foi desenvolvido contando com a colaboração da família dos Ramones já falecidos (Dee Dee, Joey e Johnny) e dos remanescentes (Tommy, Richie, Marky e CJ).

Eu não sei você, mas eu prefiro eu mesma gastar meus tênis...
"A composição de Jack (Sparrow) foi a idéia de que os piratas eram os astros do rock daquela era. O mito ou a lenda chegavam meses antes de eles desembarcarem no porto."

( Johnny Depp)


Hilariante mesmo foi o Keith Richards ter dormido na estréia mundial do último filme da série Piratas do Caribe onde ele participa, ou em palavras do músico: "Tenho de admitir que dormi, mas estive acordado durante três dias"...

¨Spider Man, Spider Man, the amazing Spider Man!¨ ...


É isso mesmo: ontem assisti ¨Homem-Aranha 3¨ no cinema.

A sinopse do filme é mais ou menos assim: Peter Parker continua conciliando a faculdade e o trabalho como fotógrafo e, além disso, pretende se casar com Mary Jane. Mas quando a polícia o procura para dizer que o verdadeiro assassino de seu tio, Flint Marko,fugiu da cadeia, Peter começa a flertar com o sentimento da vingança, que o vai consumindo aos poucos.

No ¨Homem-Aranha 3¨, o herói tem que enfrentar a si mesmo quando, por culpa de um alienígena simbiótico, a roupa do Homem-Aranha se transforma de repente e fica preta, potencializando os poderes do super-herói, alterando sua personalidade e trazendo à tona sentimentos ocultos de amargura e desejo de vingança. E pela primeira vez na história do cinema um super herói se converte em mau através de um processo de babaquice total (deu até medo de que ele estivesse se transformando em emo!) que não deixou de ser engraçado...

O filme tem poucas cenas de ação se considerarmos que afinal de contas o Homem-Aranha tem que enfrentar 3 inimigos de uma só vez: Harry Osborn - o novo Duende Verde que quer vingar a morte do pai, Venom - que aparece quando o Homem Aranha finalmente se livra da geleca preta e esta vai parar em um novo hospedeiro, Eddie Brock, fotógrafo rival de Parker, e o Homem-Areia - o homem que matou o tio de Parker e que tem seu DNA fundido ao da areia por acidente.

Em resumo, o filme é divertido, vale a pena ser visto no cinema e eu já estou esperando pelo ¨Homem-Aranha 4"!

segunda-feira, maio 21, 2007

¨Lula llega con sus espejitos.¨

(Capa do jornal paraguaio ¨ABC Color¨ sobre a chegada
do ilustríssimo senhor presidente Lula da Silva ao Paraguai
para a inauguração da última turbina da usina de Itaipu.)

No excelente artigo também se lê:

¨Algunos funcionarios gubernamentales con quienes conversamos ayer en el aeropuerto magnificaban esta visita, señalando que los acuerdos que se firmarán son importantes para el país y cosas por el estilo. Sin embargo, la realidad demuestra que los brasileños vienen con una serie de promesas, que serán plasmadas en pomposos documentos que serán rubricados por los presidentes con una costosa lapicera, pero en la práctica todas son simples espejitos sin valor, como siglos atrás los conquistadores se ganaban la amistad y la buena voluntad de los nativos¨.

sexta-feira, maio 18, 2007

Esses livrinhos estilo Marian Keyes sempre me atraem, ¨Amantes, Amigos, Embarazos y Mas Lios¨ eu resolvi ler porque me identifiquei com os comentários maldosos sobre como os eventos sociais (como batizados e aniversários de crianças pequenas) podem ser insuportáveis para uma mulher com mais de 30 nas costas, 7 anos de casada e sem filhos (como eu).

A história fala sobre a dificuldade de engravidar quando existe muito ansiedade e a protagonista passa por todos os tratamentos possíveis para poder ser mãe (sem conseguir) e no processo ela perde a personalidade bem humorada e praticamente se converte na protagonista de ¨Misery¨ do Stephen King.

O livro tem partes muito engraçadas mas as partes que supostamente seriam ¨tristes¨ não me comoveram e muitas vezes deu vontade de socar a protagonista e torcer pra ela deixar de ser insuportável antes que o marido dela a trocasse por uma loira miolo mole de 17 anos.

O final foi uma total decepção e deu vontade de jogar o livro no lixo!

quinta-feira, maio 17, 2007

Tive a sorte de achar por R$9,90 numa das Lojas Americanas de São Paulo (há uns 2 anos) ¨É difícil encontrar um homem bom¨ livro de contos realmente inquietantes da Flannery O´Connor!

“E todos foram felizes para sempre” dá lugar ao assombro desnorteado no final de cada uma das histórias e os puros momentos de terror muitas vezes são suavizados por ataques de riso.

As histórias apresentam como tema central a maldade, o racismo, a exploração, a miséria, a inveja e o orgulho.

Flannery O’Connor era assumidamente uma católica praticante, ia todos os domingos à missa, e as suas personagens têm uma relação mais ou menos visível com Deus. A escritora nasceu na Geórgia, Sul dos Estados Unidos, em 1925 e morreu aos 39 anos, vítima de lúpus. 32 contos, dois romances, cartas, comentários e críticas foi o legado que nos deixou. Hoje em dia é reconhecida como uma das mais importantes escritoras da literatura americana do século XX.

Leitura fascinante, altamente recomendável!

terça-feira, maio 15, 2007

Depois do lixo de ¨Mystic River¨,ontem fui assistir morrendo de medo, um dos 2 filmes lançados pelo Clint Eastwood sobre a batalha de Iwo Jima: um dos filmes mostraria o lado norte-americano e o outro a batalha vista pelos japoneses.

Bom, fosse por mim preferiria ter visto ¨Cartas de Iwo Jima ¨ antes do que ¨Flags of our Fathers¨ ou " A Conquista da Honra¨, mas por alguma estranha razão o cinema local colocou ¨Cartas¨ somente no horário da tarde (tipo as 2:10 hs) e pra mim fica difícil de sair de casa nessa hora. Bom, em outras palavras, acabei indo ver ¨Flags of our Fathers¨ à noite com meu marido (com um daqueles surtos usuais que predicam que o filme vai ser uma droga ¨debe estar buenísima!").

Como eu ia dizendo o filme é sobre a batalha de Iwo Jima, no final da II Guerra Mundial, e os pormenores sobre uma foto famosa de 6 soldados levantando uma bandeira norte-americana em solo japonês, feita por acaso num dos primeiros dias da invasão, que deu ao imaginário americano uma falsa sensação de vitória, enquanto seus soldados tinham poucas chances. A certeza passada pela imagem foi tamanha que convenceu empresários a apoiarem a guerra e financiá-la, assim, a batalha pôde ser realmente vencida. O filme mostra a ação na batalha e também os bastidores da propaganda patriótica que envolveu a tal foto.

O roteiro de Paul Haggis (que ganhou o Oscar de Melhor Roteiro por ¨Crash - No Limite¨ e ¨Menina de Ouro¨) é bem fraquinho, e o filme às vezes passa de uma cena de batalha terrível para uma cena sentimentalóide horrível e isso prejudica bastante o filme que poderia ter sido bom. Mas eu não gostei.

sábado, maio 12, 2007

"(...) Se antes de cada acto nosso nos puséssemos a prever todas as consequências dele, a pensar nelas a sério, primeiro as imediatas, depois as prováveis, depois as possíveis, depois as imagináveis, não chegaríamos sequer a mover-nos de onde o primeiro pensamento nos tivesse feito parar. Os bons e os maus resultados dos nossos ditos e obras vão-se distribuindo, supõe-se que de uma forma bastante uniforme e equilibrada, por todos os dias do futuro, incluindo aqueles, infindáveis, em que já cá não estaremos para poder comprová-lo, para congratular-nos ou pedir perdão, aliás, há quem diga que isso é que é a imortalidade de que tanto se fala."
(José Saramago, Ensaio sobre a Cegueira)

Antes de comentar meu primeiro livro do José Saramago,¨Ensaio sobre a Cegueira¨, vou explicar porque eu acho que não tive vontade de lê-lo anos atrás, quando tive o livro nas mãos por primeira vez: antipatia tremenda pelas idéias do escritor! Afinal, Saramago publicamente defendeu Stalin como libertador, esteve a favor do Muro de Berlim, considera Hugo Chávez e Fidel Castro como referentes legítimos além de ter apoiado o khmer vermelho do Pol Pot, sem esquecer que ele considera os judeus malvados e desculpa o terrorismo islâmico...

Separando a figura do escritor da sua obra confesso que gostei muito do livro e achei a escrita bastante peculiar e muito original.

Tudo começa quando um motorista, parado no sinal, se descobre subitamente cego. É o primeiro caso de uma 'treva branca' que logo se espalha incontrolavelmente e a crise gerada pela cegueira se move através da violência e da desumanização, fazendo com que os valores de igualdade e de respeito mútuo sejam deteriorados.

Saramago optou pelo anonimato das personagens, como uma maneira de universalizar a experiência, abrangendo todas as pessoas, todos os nomes. Ao fazê-lo, nós também, leitores, somos levados para o universo ficcional e experimentamos a cada página a dolorosa trajetória dos personagens do romance.

Existe no ¨Ensaio sobre a Cegueira¨, uma diferença sutil entre as atitudes de olhar e de ver. O olhar no sentido de percepção visual, uma conseqüência física do sentido humano da visão. O ver como uma possibilidade de observação atenciosa, de exame daquilo que nos aparece à vista - o que faz lembrar o ditado ¨o pior cego é aquele que não quer ver¨e nos alerta para a responsabilidade de termos olhos quando os outros os perderam.

Particularmente, tenho pânico à cegueira e achei o livro de uma violência atroz e por isso deixei o livro de lado algumas vezes mas é uma história que exige reflexão, assim como ¨1984" do Orwell, um dos melhores livros que li na vida.

O livro marca o leitor, até agora não consegui me livrar da visão e do cheiro de tanta miséria e de tanta merda que, no fundo, caracterizam este mundo...

¨É claro que dava pra fazer um filmão¨, pensei quando acabei de ler o livro, e vai mesmo ir pras telas do cinema com o nome ¨Blindness¨ com a direção do brasileiro Fernando Meirelles. Espero que ele tenha o cuidado de não transformar a história num filme bobo de zumbis! Li que as filmagens começam ainda este ano e serão rodadas entre Toronto e São Paulo, o lançamento está previsto para março de 2008.

quarta-feira, maio 09, 2007

"El cine ha cambiado mucho desde la época en que F.W.Murnau hacía películas en Alemania y América. El mundo se ha transformado. Y aunque no se pueda decir que el cine ha transformado al mundo, seguramente ha contribuido a ello de un modo trascendental".
(Wim Wenders)

¨As Asas do Desejo¨ é , até hoje, um dos meus filmes favoritos e teve muito impacto no meu gosto pelo cinema. O mesmo não posso dizer de ¨Paris, Texas¨, filme que adorei na primeira vez que o assisti mas que comecei achar banal depois da primeira sessão. Também gostei muito de ¨Faraway, So Close!" e do último que vi ¨Don´t Come Knocking¨.

Por causa disso comprei o livro ¨El Acto de Ver¨ uma coletânea de entrevistas e artigos do Wim Wenders que foi traduzida do alemão ao espanhol em 2005 mas que eu só fiquei sabendo que era material antigo, na verdade bem antigo, os textos mais recentes da coletânea são de 1991 (façam as contas)!

No início dos anos 90, Wenders já vislumbrava a problemática do cinema europeu de baixo orçamento e parecia bem ansioso com o futuro do cinema no formato digital. O cineasta fala da enorme influência das viagens na sua profissão e conclui que o cinema é uma cultura urbana - para ele o cinema é testemunha do desenvolvimento urbanístico e social, e os filmes são documentos históricos do nosso tempo.

O livro vale pelas idéias do cienasta e reflexões com outros criadores (como Godard).

terça-feira, maio 08, 2007

Acabou de chegar aqui em casa o carteiro, depois de um tempo considerável de ansiosa espera, com a caixa Carolina de Emoções Extraordinárias!

A capeta que a enviou foi minha querida e grande amiga Babi, que não contente em me dar minha primeira sobrinha, se lembra da tia aqui e guarda todas as lembrancinhas inenarráveis de Carolina (a gatinha estrela das fotos).

Imãs da Carol estão na geladeira, é claro, mas não sei se vão durar... já pensou se estraga? E como se não bastasse a amizade e o carinho de sempre, ainda recebi uma cartinha linda do Ursinho Pooh, (hahaha!), e um livro que eu tava louca pra ler , ou seja, ¨Ensaio sobre a Cegueira¨ do Saramago!

Tudo muito lindo, muito comovente e senti muitas saudades.

OBRIGADA BABI!

segunda-feira, maio 07, 2007

Hoje li ¨Infância¨ de Jona Oberski. Confesso que livros sobre o Holocausto me deixam muito nervosa e geralmente eu evito ler esse tipo de livros. Mas no caso, comprei o livro numa oferta excelente porque sempre me recomendaram o filme baseado neste livro ¨Jona che visse nella balena¨, que eu nunca tive coragem de ver.

O livro é narrado por um menino judeu de 3 anos e ele nos conta com simplicidade e sem julgamentos, a vida cotidiana no período que precedeu sua deportação de Amsterdã e suas vivências durante o Holocausto. O autor, Jona Oberski, na verdade narra suas lembranças da infância, quando ele foi enviado com seus pais aos campos de concentração em Westerbok e Bergen-Belsen. O livro é terrível como era de se esperar mas bem curto, graças ao bom Deus...
Ontem acabei de ler ¨Posdata: te amo¨ da irlandesa Cecelia Ahern.

O livro tem esse nome idiota mas confesso que a sinopse me atraiu: ¨Holly e Gerry sentiam que não poderiam viver um sem o outro. Holly não fazia nada sem Gerry e assim começou "a lista"... uma série de coisas que Holly teria que fazer pra continuar vivendo caso Gerry não estivesse por perto. Um dia, um tumor cerebral levou Gerry, aos 30 anos. Sentindo-se perdida e solitária, Holly finalmente encontra uma motivação para continuar vivendo quando recebe um pacote, que havia sido enviado por seu marido antes de morrer. No pacote, várias cartas com instruções de como ela poderá sobreviver sem a presença dele, todas acompanhadas de um ´P.S. - eu te amo´¨.

A história é boa e bem escrita, às vezes terrivelmente triste, às vezes engraçada. O que também me deixou impressionada é que a autora escreveu esse livro com apenas 22 anos com muita sensibilidade! O livro fala sobre perda, redescoberta da vida, a dor e aceitação, família, amizade... faz pensar na vida.

Li que o livro virou filme e estréia no final do ano, infelizmente com a chata da Hilary Swank no papel protagonista, Lisa Kudrow no papel de Denise e a ótima Kathy Bates como mãe de Holly.

quinta-feira, maio 03, 2007

Acabei de ler ¨What we talk about when we talk about love?" (em português ¨De Que Falamos Quando Falamos de Amor?¨) do Raymond Carver.

Carver é um fino observador do cotidiano, do prosaico, do comum. Contos sobre casamento, divórcio, alcoolismo, desespero, falta de comunicação e afins. Um dos meus autores favoritos. Recomendo!
Ontem à tarde fui assistir ¨A Rainha¨, como hoje é a estréia do ¨Homem Aranha 3¨(iupi!) imaginei que o filme fosse sair de cartaz.

O enredo:
Logo após a morte da princesa Diana, a rainha Elizabeth II decide não aparecer em público nem dar declarações sobre a morte da Lady Di.
O filme inclusive mostra membros da família real fazendo comentários cínicos sobre a morte da princesa. A princesa Margaret, por exemplo, diz à irmã e rainha, quando tem de interromper suas férias na Toscana por causa do funeral, que "até depois de morta Diana cria problemas".

Quando fica sabendo que Diana morreu, a rainha não faz qualquer declaração, não se move de sua residência de férias nem manda hastear nenhuma bandeira no Palácio de Buckingham diante de cujos portões toneladas de ramalhetes de flores se acumulavam a cada dia, demonstrando a dor que a população inglesa sentia com a morte da princesa. Então os súditos se indignaram com a suposta ¨frieza¨da monarquia. É quando o recém-empossado primeiro-ministro britânico, Tony Blair, tenta reatar os laços entre a realeza e a população.

¨A Rainha¨ mostra tudo o que a soberana teve que passar pra se ajustar às circunstâncias. Helen Mirren está fantástica no papel de Elizabeth II! E Michael Sheen (no papel de Tony Blair) está ótimo também.

Eu gostaria que o filme mostrasse mais a vida da rainha e não só seus dias logo após a morte da princesa Diana, mesmo assim o filme é bom só que a sua vida não vai mudar se você não assisti-lo...

quarta-feira, maio 02, 2007




Ontem assisti ¨ La Science des rêves¨ (ou ¨A Ciência do sono¨, em português) do genial diretor Michel Gondry.

É bem difícil de falar sobre o filme mas vá lá:

Gael Garcia Bernal é Stéphane, o protagonista, um mexicano filho de mãe francesa que volta pra França após a morte do seu pai (pra mim a melhor interpretação do ator até hoje!).

Stéphane sonha, sonha, sonha e sonha! E os sonhos se confundem com a vida real. Ele também é inventor de máquinas hilariantes e artista e até faz uns bicos num atelier que imprime calendários convencionais.

Um dia Stéphane conhece Stéphanie (a doce Charlotte Gainsbourg) por quem se apaixona e entre os dois, ocorre uma química estranha que alimenta o filme. Para conquistar Stephanie, Stéphane usa toda a imaginação de que só dispomos em sonhos: máquinas do tempo, cavalos de tecido que galopam de verdade, um canal de televisão que existe dentro da cabeça de Stephane e que transmite os seus sonhos e desejos.

Um dos momentos mais deliciosos de "A ciência do sono" é quando Stéphane e os colegas, vestidos de gatos, interpretam a música "If You Rescue Me", uma versão da música "After Hours" dos Velvet Underground, cuja letra feita expressamente para este filme fala de um gato abandonado.

Guy, o colega de Stéphane no atelier (protagonizado por Alain Chabat) é hilariante, outro grande destaque do filme.

O filme é um show de imagens lindas e é muito surreal também. Gondry consegue representar visualmente a confusão, o delírio e a magia de estar apaixonado, de querer viver a realidade mas não conseguir dominar a imaginação. Amei o filme!

Se você ainda não viu, VEJA! Tão recomendável quanto ¨Eternal Sunshine of the Spotless Mind¨...

Quem me conhece sabe o atrativo que tem pra mim ir numa festa como a do peão de boiadero em, digamos, Barretos. Mas, conforme eu disse no outro dia, casamento tem dessas coisas. E foi por isso que passei grande parte do feriado de 1º de maio em Angaco, no tal do ¨Festival provincial de destreza y jineteada¨.

Nesses ambientes onde eu não gosto de estar, eu me distraio vendo detalhes. O destaque foi o cara que vendia apito com som de gato. A demonstração era um horror: consistia num saco com algo dentro que simulava um gato (que obviamente não era um gato de verdade) e com o apito na boca e um pau pra dar pauladas no gato que miava de dor (o tal do apito em ação), as crianças que passavam ao lado do cara ficavam paralisadas olhando o cara dar pauladas no gato virtual. O mais engraçado foi um cachorro que começou a querer atacar o tal do gato. Quando os donos soltaram o cachorro e ele se aproximou do saco com o gato, o cara do apito além de apitar MIAAAAAAAAU! mexeu o saco em direção do cachorro que, como todo valentão na hora do vamos ver, saiu fugindo!
 


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