Quase Nada Sobre Quase Tudo

quinta-feira, julho 27, 2006


Outro filme alugado no último fim de semana foi ¨The Weather Man¨ (em português traduzido como ¨O Sol de Cada Manhã¨) do diretor Gore Verbinski.

A sinopse: O meteorologista de Chicago David Spritz (Nicolas Cage) tem a vida com que muitas pessoas (ocas?) sonham: é uma celebridade, tem um salário de 6 dígitos (isso eu também sonho!), trabalha 2 horas por dia, e faz parte de uma pequena lista de candidatos para um lugar que muitos adorariam estar.

Contudo, os êxitos profissionais são ofuscados pelos fracassos pessoais. Divorciou-se da mulher, os filhos distantes dele e nem o pai (Michael Caine), um escritor galardoado com o prémio Pulitzer, o leva a sério. 'O Homem do Tempo' tem um pouco de 'Beleza Americana' e outro tanto de 'As Confissões de Schmidt'. E deixa aquele gosto azedo de que todo dia é dia da marmota...

Gostei muito!
(Curiosidade: O filho de Spritz é interpretado por Nicholas Hoult, o menino de Um Grande Garoto, agora em versão adolescente).
Assisti em dvd "Os sonhadores", filme de Bernardo Bertolucci. Baseado no livro homônimo (que dá curiosidade de ler) escrito por Gilbert Adair (que assina o roteiro), Matthew (Michael Pitt) é um estudante americano, em um programa de intercâmbio em Paris. Apaixonado por cinema, ele freqüenta assiduamente a Cinemateca Francesa justamente na Primavera de 68, quando explodem revoltas estudantis por toda a Europa. Ao retornar à Cinemateca, ele encontra uma manifestação no local.

A trama começa no momento em que Henri Langlois é demitido da direção da Cinemateca francesa por André Malraux, ministro da Cultura do presidente Charles De Gaulle. A demissão deixa revoltados estudantes e os maiores cineastas de todo mundo. Gente como Godard, Truffaut, Kurosawa, Fellini e até o brasileiro Glauber Rocha protesta contra a demissão. Uma manifestação em frente da Cinemateca é dispersa com bombas enquanto a polícia desce o cacete em estudantes, cineastas e escritores. Os enfrentamentos se tornaram corriqueiros e logo maio entraria para a história.
É justamente nessa situação que Matthew conhece Isabelle (Eva Green). Eles já se conheciam de vista, das sessões de filmes de arte na Cinemateca. Isabelle está protestando contra a demissão de Langlois, acorrentada na porta da Cinemateca. O jovem fica impressionado com a garota, e ela aproveita a oportunidade e fisga o rapaz. Minutos depois é a vez de Theo (Louis Garrel) entrar em cena. Ele é irmão de Isabelle, também cinéfilo e também com pinta de revolucionário.
O trio se torna amigo. Logo, Matthew deixa a pensão em que vive para ir passar alguns dias na casa dos irmãos. E é aí que o filme deixa a política de lado e vira um filme sobre... hum... muitas coisas, entre elas, os prazeres da carne, com direito a cenas de sexo quase explícito, jogos de sedução e muito charme, bebidas, incesto, perversão e rock.

Os momentos em que a ação dos personagens são intercaladas com cenas de filmes antigos são muito bons! ( "Bande à part" do Godard; "Scarface" original e o cult "Shock Corridor" de Samuel Fuller).

Michael Pitt faz um trabalho primoroso como o estudante tentado pela teia dos novos amigos/amantes. É uma performance corajosa, até porque aparece seu pau duro e pequeno [rs].
Queridos leitores ,
O que está acontecendo no Líbano é uma monstruosidade. Responder a um grupo terrorista civil com terrorismo de estado contra um país inteiro é uma tragédia daquelas que arrepiam até os pentelhos.

Tá boiando ou não escuta notícias?
Visite http://fromisrael2lebanon.info/ e se horrorize.

Depois assinem a petição contra a destruição do Líbano no site: http://epetitions.net/julywar/index.php , o site está sobrecarregado de acessos e nem sempre conseguimos entrar na primeira tentativa. Insistam se precisar.
Hoje de manhã acabei de ler ¨Dulce Compañia¨ da autora colombiana Laura Restrepo. Comprei o livro porque falava sobre anjo (tenho minhas fases ¨Asas do Desejo¨de vez em quando...) e gostei de saber que o livro ganhou o prêmio maior da crítica francesa e foi traduzido em 20 idiomas.
A estória: A repórter de uma revista de frivolidades é enviada para cobrir a aparição de um anjo num dos bairros mais pobres da cidade. Ela vai a contragosto e nem desconfia onde vai se meter (os acontecimentos vão fugir do controle e da razão).
No seu progressivo contato com os habitantes de Galilea, o bairro onde apareceu o anjo, a repórter descobre um mundo completamente novo: a necessidade de um milagre entre os mais humildes, os matizes da apropriação do sobrenatural tingido de religiosidade, as múltiplas formas de utilização do fenômeno e o enorme poder do fervor popular.
Um livro em momentos comovente e em outros divertido, muito bem escrito. Daria um bom filme.
Ontem assisti ¨Piratas do Caribe: O baú da morte¨ (sim, passou legendado!). Jack Sparrow está cada vez mais biruta (e um pouco mais viado).
Nesta seqüência o capitão Jack Sparrow é capturado por outra intrincada rede de intrigas sobrenaturais. Jack tem uma dívida de sangue com o lendário Davy Jones, o governante das profundezas do mar e comandante do fantasmagórico Flying Dutchman. A menos que o sempre astuto Jack ache uma saída, ele será condenado a uma vida pós-morte de eterna escravidão e danação, a serviço de Jones. Esses acontecimentos interrompem os planos de casamento de Will Turner e Elizabeth Swann, que mais uma vez se encontram envolvidos nas desventuras de Jack, que os leva a embates com monstros marinhos, ilhéus nada amistosos, visita à uma vidente e até a misteriosa aparição do pai de Will, há muito desaparecido. Enquanto isso, o impiedoso caçador de piratas, lorde Cutler Beckett da Cia. das Índias Orientais concentra-se em recuperar o enfeitiçado "Baú da Morte." De acordo com a lenda, quem o possuir terá o controle sobre Davy Jones, e Beckett pretende usar este poder extraordinário para destruir cada um dos piratas que navegam pelo Caribe de uma vez por todas.
Achei muito divertido, os 150 minutos do filme passam voando!

quarta-feira, julho 26, 2006

Oh, céus! Li ¨O que eu amava¨ da Siri Hustvedt (depois eu soube que ela é a mulher do Paul Auster). Outro livro que me deixou triste pra caramba mas é ótimo. Não posso contar muito da estória porque se alguém aí quiser ler eu vou estragar tudo.
O resuminho de praxe:
Em 1975, o historiador da arte Leo Hertzberg visita uma galeria do SoHo, em Nova York, e sente-se atraído por um quadro de William Wechsler, pintor que até então desconhece. Fascinado pela obra, compra o quadro e vai atrás do artista. É o início de uma amizade duradoura. Leo e William vão morar no mesmo prédio, com as respectivas mulheres, e tornam-se pais na mesma época. No entanto, os anos de felicidade serão abalados - primeiro por uma tragédia, depois por um caso de dupla personalidade. Anos depois do primeiro encontro, Leo retraça o envolvimento afetivo com o amigo, e revê a história das duas famílias. Hustvedt aborda temas como amizade, amor, arte e loucura, conduzindo o leitor a regiões obscuras da existência, que podem, paradoxalmente, iluminar toda uma vida.
A primeira parte do romance apresenta o universo íntimo dos dois amigos e de suas famílias. Mas aí, na segunda parte quando a tragédia se abate sobre os personagens e o romance envereda por um sufocante relato de perda é que se percebe como as longas páginas anteriores serviram para atrelar sorrateiramente a simpatia do leitor ao destino das personagens. O efeito é dilacerante.

Na bibliografia (que eu li antes de começar o livro) já fui logo pensando ¨xi, lá vem¨, livros sobre anorexia nervosa, psicopatia social e afins.

PS: Obrigada mamãe pelo envio!

quinta-feira, julho 20, 2006

Hoje acabei de ler a hilária biografia romanceada de Rita Lee. O título do livro é ¨Rita Lee mora ao lado¨ e foi escrito por Henrique Bartsch. O autor conta a vida da roqueira através do diário de Bárbara Farniente, que sempre foi vizinha de Rita Lee - desde a infância - por causa da paixão que sua mãe alimentava pelo pai da roqueira. Algo assim como a Pipi da Meia Comprida das biografias. A própria biografada assina a orelha do livro dizendo ¨um tratado arqueológico de minha vidinha vulgar, o encontro de vários elos perdidos¨. Vale a leitura!

quarta-feira, julho 19, 2006

Li no site do Terra que um cara chamado Al Scillitani escreveu um artigo no blog Marketing Pilgrim criticando as constantes mudanças que o Google faz no painel de controle de seus serviços publicitários. O título do artigo era "Caro Google, você está me dando dor de cabeça". Responsáveis pelo Google leram o artigo e responderam às críticas enviando a Scillitani algumas aspirinas para curar sua dor de cabeça. A história rendeu ao blog mais de 25 mil visitantes e mais de 50 mil page views. Scillitani ficou tão contente que, em outro post, referindo-se ao acontecimento, ele termina com a seguinte frase: "Já estou preparando meu próximo texto: Caro Google, preciso de férias".

Para saber mais: www.marketingpilgrim.com/2006/07/dr-google-sends-pain-relief.html
¨Um ser humano clonado provavelmente se consideraria um indivíduo¨.

Depois de ler essa frase lembrei logo do livro ¨Never let me go¨ (ou ¨Não me abandone jamais¨) de Kazuo Ishiguro (não deixem de lê-lo!). Mas, voltando à frase, cientistas europeus chegaram à essa conclusão depois de entrevistar gêmeos idênticos (um único óvulo, fertilizado por un único espermatozóide, se divide em dois embriões separados mas geneticamente iguais) sobre suas experiências de compartilhar exatamente os mesmos genes com uma outra pessoa. Os gêmeos acreditam que os seus genes desempenham um papel limitado na formação de sua identidade. O estudo sairá em breve na publicação Social Science and Medicine.

Eu pergunto: precisar investigar isso pra chegar à essa conclusão?
Depois de mais de 3 semanas com uma alergia desesperante e com pouca vontade de ir ao médico, comprei, confesso, para me auto-diagnosticar e medicar o livro ¨Alergias¨ de autoria de dois médicos alergistas (Stuart H. Young e outro que agora eu não me lembro). O livro é muito interessante e traz toda uma explicação sobre os vários tipos de alergias, as drogas utilizadas (mesmo as que vendem sem receita), como minimizar os alergênicos mais comuns, as precauções, as síndromes, as toxinas do meio ambiente, as vacinas, enfim um mooooonte de informação útil e interessante. Lendo o livro fiquei com a pulga atrás da orelha porque tudo na minha alergia coincidia com a descrição de dermatite atópica (conhecida também como eczema). Pra falar a verdade eu fui no alergista ontem correndo com um baita cagaço porque li que há casos que duram mais de 1 semana a dermatite atópica pode virar infecção bacteriana, não deu outra: o diagnóstico foi mesmo dermatite atópica.
O alergista me proibiu praticamente tudo: café, chocolate, ovos, sucos, massas, frios, cítricos, pão, tomate, peixes, mariscos, usar relógio, calça jeans, qualquer coisa que não seja de ouro, detergente, bom, praticamente só posso tomar leite, iogurte, comer bife, couve flor e brocolis... [rs]. Também vai rolar remédios, exames de sangue, testes de não sei o quê... enfim, como se já não bastasse alergia à penicilina e a dipirona...

terça-feira, julho 18, 2006

Fim de semana aluguei ¨Good Bye Lenin!", filme que faz tempo que eu queria assistir.
O resuminho é assim: Na Alemanha Oriental, (1989, quando isso ainda existia) um jovem protesta contra o regime governamental. Sua mãe o vê sendo preso por policiais, sofre um ataque cardíaco e entra em coma. Alguns meses depois, a Alemanha está unida e mamãe acorda do coma. Já que não pode ter emoções fortes, o filho Alex (Daniel Bruhl), tenta de todas as maneiras esconder dela o acontecido, evitando o contato com o mundo capitalista. Ou em outras palavras, o guri vira uma espécie de Amelie Poulain da mãe dele. Filme bom, excelentes atores.

sábado, julho 15, 2006


Ontem li ¨No quisiera estar en sus zapatos¨ de William Irish (cujo nome verdadeiro era Cornell Woolrich). Na edição que eu tenho (da coleção que saiu pelo jornal Clarín) o livro também traz o relato " Fue anoche".

A biografia de William Irish parece uma de suas histórias negras. Nasceu em 1903, em Nova York. Cursou jornalismo na Universidade Columbia, mas largou os estudos para seguir a carreira de escritor. Convidado pela First National Pictures para adaptar um de seus romances para o cinema, passou a trabalhar em Hollywood como roteirista. Em 1934 estreou na literatura policial, transformando-se num dos melhores escritores do gênero. Entre 1934 e 1946, publicou mais de 350 relatos em diferentes revistas: Black Mask, Ellery Queen Mistery Magazine, Dime Detective, Detective Fiction Weekly y Argosy, por exemplo). Também escreveu romances, como The Bride Wore Black (1940); Deadline at Dawn, Rendez-vous in Black (1948). Irish morava com a mamãe depois de um casamento que só durou algumas semanas. Depois da morte da mãe ele se fechou num quarto de hotel durante 11 anos e se dedicou ao trago, terminando seus dias doente de icterícia, alcoólatra e com uma perna amputada por causa de uma gangrena que o deixou em cadeira de rodas. Morreu em 1968 solitário e dono de uma fortuna avaliada em meio milhão de dólares.

¨Janela Indiscreta¨ foi levada ao cinema pelas mãos de Hitchcock. Outro fã de Irish foi Truffaut quem filmou ¨A noiva estava de preto¨. Mais de 60 relatos foram levados às telas (de cinema ou tv).
Achei o livro legal. William Irish é hábil reproduzindo a sensação de fatalidade e angústia.

sexta-feira, julho 14, 2006

Acabei de ler ¨O Jardim de Cimento¨, o primeiro romance de Ian McEwan. Eu achei chocante e mórbido mas irresistível.
A narrativa é contada na primeira pessoa pelo seu protagonista, Jack, um rapaz de 15 anos que vive com duas irmãs adolescentes e um irmão pequeno. Com a morte dos pais, os quatro jovens experimentam uma sensação extraordinária de perda e liberdade. Num clima de isolamento quase doentio, tornam-se personagens de um universo estranho e entregam-se despreocupadamente a jogos solitários, ao desmazelo, à apatia e às fantasias mais arrebatadoras, o vulgar ganha um brilho de mistério e o extraordinário parece uma banalidade.Tudo contado com realismo. Perturbador...

quarta-feira, julho 12, 2006

Com vento Zonda e luz de velas, ontem li ¨Diario de Oaxaca¨de Oliver Sacks. Sacks viaja à Oaxaca, México com um grupo de botânicos, profissionais e amadores, que procuram as mais variadas samambaias, uma paixão em comum.
O autor entrelaça biologia, botânica, cultura e história mexicana. Oaxaca também é um paraíso de aves e o sonho dos arqueólogos: ruinas antigas que ecoam as lendas pre-colombinas.
Meio sacal, não sou vidrada em plantas, gosto mais das partes que narra a viagem em si e os aspectos culturais do México. Edição publicada pela National Geographic. Achei em oferta no ano passado (6 pesos).

San Juan


Nunca vi nada igual. Ontem o vento Zonda começou a soprar lá pelas 10:30 da manhã e só parou hoje lá pelas 7 da manhã. Fortíssimo. 130 km/h. Muita terra por todos os lados. Ninguém nas ruas desde ontem.
Ficamos sem internet, sem luz muitas horas, uns minutos sem telefone e quase sem água. Árvores caíram por toda a província. Incêndios no campo em 4 departamentos e 2 acidentes na estrada 150 entre Iglesia e Jáchal. Casas perderam o teto e paredes. Algumas árvores caíram encima de cabos de energia elétrica e a terra levantada pelo vento não deixava ninguém ver os cabos elétricos que chicoteavam pra lá e pra cá, um perigo.
A terra entrou nas casas pelas frestas das portas e janelas deixando tudo coberto, imprestável.
Um caos...
Soube ontem através do meu marido (o que foi ainda mais supreendente, hehe) que Syd Barrett morreu aos 60 anos depois de ter passado 30 anos fechado numa concha. A causa da morte não se sabe bem mas Barrett era diabético e alucinado desde mocinho.

Pra quem não sabe (minha mãe, suponho...) ele foi quem compôs os primeiros sucessos do Pink Floyd, ajudando a criar o som progressivo da banda. E é por isso que eu prefiro os discos solo dele, dão um pau em qualquer Pink Floyd!

Como disse David Bowie no seu site (
www.davidbowie.com) "I can't tell you how sad I feel" ...
Pra você que, assim como eu, ficou louco de vontade de dar uma baita cabeçada no Materazzi:

http://paginas.terra.com.br/arte/mariomoreno/zidane/

segunda-feira, julho 10, 2006

Não resta nenhuma dúvida de que acabou a Copa do Mundo: tenho muito mais tempo pra ler... Hoje à tarde foi a vez de ¨My Side of The Matter¨ do Truman Capote, em inglês mesmo (não é tão fácil, muitas palavras engenhosas), naquela edição baratinha (uns R$ 7,00) que saiu na celebração dos 70 anos da editora Penguin. Quatro contos dos quais já tinha lido dois em espanhol. ¨Miriam¨ é muito, muito bom. Leiam!
No começo dos anos 50, uma paranóia anti-comunista surgiu por causa do senador Joseph McCarthy, que inaugurou uma verdadeira perseguição taxando de comunista e prejudicando todos aqueles que não concordavam com seus atos administrativos. Porém, o repórter Edward R. Murrow e seus companheiros de CBS decidem travar uma verdadeira batalha contra o político, gerando muita discussão em torno do tema. É esse o tema do filme dirigido por George Clooney ¨Boa Noite e Boa Sorte¨.

O elenco conta, além do próprio Clooney, com excelentes atores, como Robert Downey Jr., Frank Langella e Jeff Daniels. Para McCarthy, Clooney utilizou algumas imagens de arquivo, que na exibição teste levaram algumas pessoas a acusar que "o ator que interpretou o senador estava exagerado". Mas quem dá show mesmo é David Strathaim (na foto), o ator que faz o papel de Murrow.

Aproveitando de maneira extremamente eficiente a combinação estética escolhida e a época retratada, eu me lembrei de ¨Citizen Kane¨ de Orson Welles: as falas dos atores e até mesmo alguns planos (com destaque para aqueles onde, para evitar o corte, ele utiliza o repórter sendo filmado e a imagem da televisão ao fundo, com troca apenas de foco). Tecnicamente perfeito e a fotografia é excelente. No mais, podia ser um documentário e falta emoção...
Sábado passado tive um ataque de alegria em plena locadora: encontrei ¨2046¨ de Wong Kar Wai , filme que estava louca pra ver. Fazia tempo que eu não tinha um momento ¨HEIM?¨ no final de um filme e “2046” conseguiu isso.

O que eu entendi da história: Um comboio parte de vez em quando para 2046, onde as pessoas podem encontrar as suas memórias perdidas. No entanto, pouco se sabe sobre o que se passa em 2046, pois ninguém nunca regressou de lá, exceto o escritor protagonista. Estamos em 1966, e o escritor Chow Mo Wan está em Singapura com uma misteriosa mulher a quem chamam Black Spider, mas as cartas ditam que ela não regresse com ele a Hong Kong.
Black Spider é para Chow a memória viva da sua Su Li-Zhen do passado que ele procura. Ao regressar na véspera de Natal, encontra uma mulher que conhecera em Singapura, a dançarina Mimi, agora Lulu e que não se lembra dele. Lulu esquece todas as suas memórias de todos os homens da sua vida, incluindo Chow, de forma a poder esquecer igualmente o grande amor da sua vida que perdera tragicamente. Mimi está hospedada num pequeno hotel Oriental, no quarto 2046. Quando Chow a volta a procurar Mimi descobre que ela foi assassinada por um namorado ciumento. Na impossibilidade de se instalar no número pretendido instala-se no quarto ao lado e inicia-se como free-lancer. Mas pouco tempo depois chega ao hotel uma bela prostituta que se instala no quarto 2046. Ela desperta a paixão dos homens e o interesse de Chow, que embora renitente no início, acaba por se apaixonar pelo escritor, que a repele então por causa dos seus sentimentos. Ao mesmo tempo Chow acompanha e tenta ajudar a relação proibida da filha mais velha do dono do hotel com um japonês. E assim na sua imaginação surge uma história, a do comboio incerto que parte para 2046, e no qual embarcam as pessoas que procuram memórias perdidas, e onde ele (agora um japonês), embarca em busca do amor de Jing Wen Wang (versão 2046) que não lhe responde aos seus pedidos para que regresse com ele. Chow resolve regressar, pois ele próprio deixara fugir as memórias que realmente pretendia encontrar.

Bom, ¨2046¨ levou 4 anos pra ficar pronto e eu terei sorte se acabar de entender toda a história no ano que dá título ao filme... Confesso com vergonha que pra mim, fora a Gong Li, todas as outras atrizes eram iguais, coisa que prejudicou muito a compreensão total do filme.
Hoje terminei de ler ¨La educación de um hada¨ de Didier Van Cawelaert.
Comprei numa oferta no fim do ano passado em Buenos Aires porque, confesso, achei a capa linda e o conteúdo não me decepcionou.
Na contracapa diz ¨¿Qué hacer cuando la mujer de tu vida decide abandonarte porque te quiere? Desde que conoció a Ingrid y a su hijo Raoul, Nicolas Rockel se ha considerado un hombre afortunado. Tras 4 años de idílica convivencia, Ingrid le anuncia que ha decidido abandonarlo. Desorientado, Nicolas parece resignarse a perder a las dos personas a las que más quiere en este mundo, sin saber que el pequeño Raoul ya ha emprendido una extraordinaria búsqueda: sólo un hada puede salvar el matrimonio de sus padres... Pero ¿existen las hadas? La mágica respuesta la tiene una joven exiliada iraquí, que también tiene sueños que cumplir y espera una señal para verlos realizados".
O autor é craque em descrever os sentimentos dos personagens e transforma a realidade em algo mágico onde cada capítulo é narrado do ponto de vista de um dos personagens.
Por coincidência descobri que este ano o livro foi transformado em filme nas mãos do diretor José Luis Cuerda (estreou no último dia 23 de junho na Espanha) e está protagonizado por Ricardo Darín (o ator argentino de ¨Nove Rainhas¨ ) e Irene Jacob. Os comentários que li na internet variam entre maravilhoso e um horror.... mas quero ver!
Run Ronaldo Run!
Esse é o nome do joguinho mais engraçado que eu vi ultimamente. Aconselhada pela minha mãe, é claro, entrei no site http://www.2dplay.com/run-ronaldo-run/run-ronaldo-run-info.htm e passei vários minutos fazendo de conta que era o Ronaldo correndo atrás da bola e desviando de refrigerantes e hamburgueres com o argentino Hernán Crespo no cangote... entrem no site, façam download e preparem-se para 2010.

A última cabeçada de Zidane

Insisto, apesar da cabeçada, VIVA ZIZOU!
A Itália não jogou nada e só teve chance de sair campeã graças a nada mais e nada menos que um pênalti (inventado por aquele que apareceu nesta final como 4º árbitro e quem avisou Elizondo da agressão de Zidane pelo fone de ouvido) no último minuto do jogo contra a Austrália nas oitavas de final. E com tanto escândalo no futebol italiano de subornos nos jogos da 1ª divisão...
Bom, falando de Zidane... li de tudo nos jornais tentando explicar o por quê da cabeçada que levou Zizou a ser expulso em plena final de Copa do Mundo e despedida do futebol: disseram que Materazzi chamou a irmã ou a mãe dele de puta já o jornal francês L'Equipe publica que o zagueiro italiano teria chamado Zidane de "argelino árabe terrorista" (os pais de Zizou são argelinos). O árbitro argentino, Horacio Elizondo, disse que não conseguia acreditar na reação de Zidane e que ele estava louco...
Tudo bem, espichemos nossas línguas pros italianos: Zidane foi eleito pela Fifa o melhor jogador da Copa.
A expulsão de Zidane não influenciou na derrota da França, cujo maior erro foi ter deixado que um argentino (Trezeguet) chutasse um dos pênaltis quando a própria seleção argentina já cansou de demonstrar que os argentinos não sabem chutar pênaltis...
Repito: VIVA ZIZOU! Merci beaucoup por ter me livrado de várias tardes de tédio...

sábado, julho 08, 2006

A essa altura todo mundo já sabe que ¨A Sangue Frio¨ do Truman Capote é um dos livros que fundaram o jornalismo literário, gênero que combina a objetividade factual e os recursos da narrativa de ficção. A obra conta a história da brutal chacina da família Clutter e dos autores do crime, executados em 1965. A apresentação da edição que minha pequena Lilica me deu é de Ivan Lessa (um lixo...) e o posfácio é de Matinas Suzuki Jr. (ok).
Relato minucioso, o livro parte do assassinato de 4 pessoas de uma mesma família, os Clutter - o pai, Herb, a mãe, Bonnie, e os dois filhos, Nancy e Kenyon, na cidade de Holcomb, no Kansas, em 1959. O crime foi noticiado em poucas linhas no The New York Times e rendeu ao escritor a idéia de acompanhar a transformação de uma pequena comunidade depois de um crime bárbaro. Planejado como um artigo para a revista The New Yorker, o grande periódico do jornalismo literário de então, o trabalho terminou por sufocar o escritor. Capote levou 5 anos para concluir "A sangue frio", publicado em 4 grandes capítulos na revista, em 1965, e mais tarde em livro, no ano seguinte.
Capote explora em minúcias o crime e seus desdobramentos, como o drama obsessivo do policial Al Dewey para encontrar os matadores de seus bons vizinhos ou o medo que se instala na pequena cidade finalmente apresentada à violência típica de cidade grande. O livro passeia pela fazenda dos Clutter, esmiúça o cotidiano de cada integrante da família, fazendo o leitor conhecê-los intimamente. Ao mesmo tempo, acompanha a trajetória dos assassinos, Perry Smith e Richard Hickock.
Capote não se pôs como personagem e os detalhes de como a família foi morta só aparecem quase ao fim do livro, em um depoimento surpreendente de Perry Smith, o criminoso que Capote enxergava como um espelho distorcido de si próprio, inteligente e autodidata. Uma confissão que Capote , um sedutor nato, levou anos para arrancar.
O crime hoje em dia talvez tivesse entrado em uma longa lista de massacres (como todo mundo sabe, o mundo está cada vez mais cruel)e pra mim a maior virtude do livro é o apurado perfil humano que Capote desenhou nas duas extremidades da tragédia - as vítimas e os assassinos. Impressiona como o autor, tal qual um psicólogo, reconstrói os pormenores da vida dos Clutter e desvenda o que se passava na mente dos criminosos, numa proximidade perigosa que, acredita-se, cruzou as fronteiras do jornalismo.
Não está no livro mas Perry escreveu sua carta derradeira uma hora antes de tombar do cadafalso: ''Sinto que Truman não tenha conseguido vir ao presídio para trocarmos umas palavrinhas antes da festa da gravata. Seja qual for o motivo, não o condeno e o compreendo. (...) Sou profundamente grato à amizade nesses anos todos, e por tudo mais. Seu amigo de sempre, Perry'' .

É um pássaro? É um avião? Não! É Superman que regressa mais malhado com look meio viadão, corno e ... caminhando!

Ontem, na falta do que ver no cinema, assisti ¨Superman - O Retorno¨ e ainda por cima dublado! Só descobri isso quando o filme começou mas aqui em San Juan é assim: dublado ou dublado. Bom, como eu ia dizendo, o Homem de Aço (Brandon Routh) volta à Terra depois de alguns anos de ausência e descobre que o mundo mudou: seu pai morreu, a amada se casou com outro e tem um filho. É um choque e tanto para Clark Kent/Superman.
Enquanto Lex Luthor (Kevin Spacey) planeja acabar com seus poderes de uma vez por todas, Superman encara a doloroso desafio de transpor a distância entre entre ele e Lois Lane enquanto tenta encontrar um lugar na sociedade que aprendeu a sobreviver sem ele. Numa tentativa de proteger o mundo que ama da destruição cataclísmica, Superman embarca numa jornada épica de redenção que o leva das profundezas do oceano aos lugares mais longínquos do espaço exterior.
Um filme que existe graças aos avanços tecnológicos, enfim, uma boa sessão da tarde ainda que mais longo do que deveria...

quarta-feira, julho 05, 2006

Ontem li ¨Anshitsu¨ (O Quarto Escuro) do japonês Junnosuke Yoshiyuki (por sinal comprei na livraria que fica em atravessando o Conjunto Nacional , na Rua Augusta, em São Paulo por R$ 9,90). Tinha lido na contracapa que o autor ganhou o Prêmio Tanizaki com este livro e que era sobre um homem de 44 anos e suas relações com as mulheres, sempre evitando toda e qualquer responsabilidade, principalmente emocional e me interessei... A capa é horrorosa e não merece ser scanneada mas o livro vale a pena.

Para saber mais sobre o autor: www.jlpp.jp/english/list/works27/column.html

Assisti ¨Lord of War¨ com Nicolas Cage e Jared Leto.
O primeiro no papel de um traficante de armas e o segundo no mesmo papel de sempre (drogado). A história está baseada em fatos reais mas o filme tem uma cena absolutamente ridícula (ou temo que a Interpol é o fim da picada). Não é um excelente filme mas valeu os 2 dólares da entrada...

terça-feira, julho 04, 2006

HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!
Agora que os alemães foram eliminados, eu torço contra a Itália...

Quem é essa?

Reminiscências...

  • ¨Puta que o pariu¨ tem 13 letras
  • Depois do show de Zidane, vem aí o Cirque du Soleil. É o ano da França no Brasil
  • Segundo Cafu, agora só faltam 25 degrais para o hexa (18 nas eliminatórias para 2010 e sete até a final da Copa da África do Sul)
  • De Cafu, ameaçando voltar em 2010: “A gente não sabe se até lá a gente vai estar ou não, mas...”

segunda-feira, julho 03, 2006


Terminei de ler no fim de semana mais um livro de Marian Keyes, ¨Lucy Sullivan se casa¨ (no Brasil traduzido como ¨Casório¨).
Dos livros da autora achei esse o menos engraçado e sempre fico pensando porque raios será que ainda não fizeram a versão cinematográfica destes livros. Afinal, um monte de gente amou ¨O Diário de Bridget Jones¨...



Hoje terminei de ler o manual ¨Your Older Dog: A Complete Guide to Helping Your Dog Live a Longer and Healthier Life¨, o qual , graças as fotos de cachorros velhinhos e tristes, me fez passar por momentos de depressão profunda mas útil mesmo não é (bom, só pra treinar o inglês) já que a conclusão é: diante de algo sério leve a besta ao veterinário, ou ainda, quando seu amado cãozinho morrer é normal ficar muito triste e coisas do gênero... Sorte que eu comprei barato (R$9,90 numa mesa de ofertas da Fnac).

domingo, julho 02, 2006

Só rindo mesmo! Um querido amigo me disse hoje por e-mail que o pior do jogo do Brasil contra a França ontem foi ter visto o Roberto Carlos arrumando a meia na hora do gol...

sábado, julho 01, 2006

Bicicleta, chapéu... humilhante! Zizou não deve se aposentar nunca!Viva Zizou! Agora eu torço pra França...
Merecemos tomar no cú. O Brasil foi péssimo em todas as áreas. Espero que o Parreira tenha a dignidade de pedir a conta e que daqui a 4 anos a seleção caralhinho tenha jogadores jovens e minimamente humildes...
Fim do 1º tempo e o Brasil merece perder. Mas eu ainda torço pro Brasil só pros argentinos filhos da puta (comentaristas do canal TyC Sports) engolirem a vontade de gritar gol pra França...





Relembremos alguns momentos felizes de ontem...
"A França ganhou as últimas duas partidas de Copa contra o Brasil. Além disso, só uma vez uma seleção sul-americana conseguiu ganhar uma Copa na Europa".

(O humilde Pelé à agência alemã DPA, referindo-se ao Brasil de 1958, do qual foi destaque).

PS: Que eu me lembre, tudo que o Pelé fala, sai ao contrário, tomara que hoje seja assim também...
Pois é , nenêm... a vida é assim mesmo: um dia a gente vomita e no outro a gente chora!
 


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